O governo Michel Temer decidiu suspender
o reajuste do Bolsa Família que pretendia anunciar em julho. O
presidente queria conceder um aumento de 4,6% no benefício como um dos
instrumentos para ganhar popularidade, mas a área econômica avaliou que,
em meio à crise financeira, não há espaço no Orçamento para isso. Temer
se reuniu na noite de quinta-feira (29) com o ministro Osmar Terra
(Desenvolvimento Social), que comanda a pasta responsável pelo programa.
No encontro, ficou definido que não seria possível anunciar o reajuste
neste momento, como planejado.
Segundo assessores do presidente, a
decisão sobre o aumento do benefício foi adiada, sem data para que a
discussão seja retomada. O Ministério do Desenvolvimento Social já
comunicou à Caixa que não haverá mudança no valor dos pagamentos. O
plano original do governo era anunciar um reajuste do Bolsa Família de
4,6% -um ponto percentual acima da inflação registrada nos últimos doze
meses. Em maio, o ministro Osmar Terra disse à reportagem que o aumento
seria oficializado em julho.
Nos últimos meses, entretanto, as contas
do governo pioraram, principalmente por dificuldades de arrecadação. As
receitas ficaram abaixo do esperado e a equipe econômica de Temer
passou a cobrar um controle maior de gastos para evitar que a meta
fiscal do ano seja descumprida. Auxiliares afirmam que o presidente não
havia dado sinal verde para a concessão do aumento, tratado como certo
pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Temer consultou a área
econômica do governo, que atestou que o reajuste não caberia no
Orçamento deste ano e criaria dificuldades também para fechar as contas
de 2018.
FILA
Para se contrapor à suspensão do
reajuste, ao menos por enquanto, o governo quer anunciar a inclusão de
cerca de 150 mil novas famílias no programa. No fim do ano passado, 500
mil famílias esperavam uma vaga, mas a pasta havia conseguido zerar a
fila nos três primeiros meses deste ano. Em maio, porém, o número voltou
a crescer e 422 mil famílias pleiteavam o benefício.Em seu primeiro ano
de governo, Temer concedeu um aumento de 12,5% nos pagamentos do Bolsa
Família, após dois anos sem reajuste, durante o governo Dilma Rousseff.
Com informações da Folhapress.
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