Investigações sobre corrupção foram abertas em 8 estados e no DF com base em colaborações da Odebrecht
O Globo - Gustavo schmitt e Dimitrius Dantas
Dois
meses depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson
Fachin derrubar o sigilo das delações da Odebrecht e enviar 197 petições
para investigações em instâncias inferiores, um levantamento do GLOBO
mostra que alguns resultados devem demorar para aparecer: ao todo, pelo
menos 40 inquéritos foram instaurados em oito estados e no DF, além de
três sindicâncias.
A
velocidade varia de estado para estado: em São Paulo, os 27 pedidos de
investigações ficaram dois meses parados até quarta-feira passada,
quando os procuradores pediram a instauração de inquéritos. Os
procuradores paulistas aguardam a formação de força-tarefa no estilo das
existentes no Paraná e no Rio. O Ministério Público Federal (MPF) do
Paraná, onde as investigações da Lava-Jato começaram, é o mais ocupado
com as petições: 39 processos foram enviados para Curitiba, número que
diminuiu após novas decisões de Fachin. Na quinta-feira, o ministro
enviou para São Paulo investigação sobre o ex-ministro Guido Mantega. Já
o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, é
alvo de investigação no Paraná, acusado de receber R$ 3 milhões para
atenuar os efeitos da Lava-Jato na Odebrecht. Inquéritos costumam
demorar de seis meses a um ano para saírem da Polícia Federal (PF).
Há ainda o receio com o enxugamento no contingente da PF. Em Curitiba, o número de delegados caiu de nove para seis.
— Há uma falta de 500 delegados no país e isso vai sobrecarregando (o trabalho) — disse Tania Prado, diretora da Associação Nacional dos Delegados da PF.
No Distrito Federal, onde o MPF recebeu 16 petições, as delações da Odebrecht sobre pagamento de propina ao ex-governador José Roberto Arruda e na obra do estádio Mané Garrincha foram juntadas às investigações da Operação Panatenaico, que apurava os crimes
— Há uma falta de 500 delegados no país e isso vai sobrecarregando (o trabalho) — disse Tania Prado, diretora da Associação Nacional dos Delegados da PF.
No Distrito Federal, onde o MPF recebeu 16 petições, as delações da Odebrecht sobre pagamento de propina ao ex-governador José Roberto Arruda e na obra do estádio Mané Garrincha foram juntadas às investigações da Operação Panatenaico, que apurava os crimes