Ex-procurador da Lava Jato
Folha de S. Paulo - Por Painel
O
ex-procurador Marcello Miller, que deixou a força-tarefa da Lava Jato
em Brasília para atuar no escritório que faz a leniência da J&F,
perdeu o emprego na firma. A saída teria acontecido após acordo entre
ele e a direção da banca.
Miller
foi alçado à linha de frente da polêmica sobre o acordo firmado pela
Procuradoria-Geral da República com os donos da JBS e chegou a ser
citado pelo presidente Michel Temer em duro discurso
contra Rodrigo Janot. Nos bastidores, era acusado de ter atuado dos
dois lados do balcão: na PGR, durante as negociações da delação e,
depois, na defesa dos empresários.
O
ex-procurador foi duramente criticado até por colegas do Ministério
Público Federal por não ter respeitado uma quarentena. Como mostrou o Painel
em maio, o ex-braço-direito de Janot negociou por meses sua ida para o
escritório Trench Rossi Watanabe. Ele pediu exoneração do MPF em 4 de
março, três dias antes de Joesley Batista gravar conversa que pode
derrubar o governo Michel Temer.
Com a escalada da crise política, há algumas semanas Miller começou a ser sondado sobre sua disposição em sair da banca.