Folha de S. Paulo - Bruno Boghossian e Talita Fernandes
Com
o retorno de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado por decisão do STF
(Supremo Tribunal Federal), tucanos veem a ala que defende a permanência
do partido no governo ganhar força.
O
presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), além de
deputados da ala mais jovem, vêm defendendo uma ruptura com o Palácio do
Planalto.
A
volta de Aécio à atividade política pode modificar esse cenário, já que
tucanos contam com a possibilidade de ele retomar as articulações pela
manutenção do apoio do PSDB ao presidente Michel Temer.
Alguns
tucanos já defendem inclusive que Aécio reassuma a presidência do
partido, da qual se licenciou em maio, quando foi afastado das funções
públicas pelo Supremo.
Tasso
e seus aliados trabalhavam pela antecipação de uma convenção da sigla
para torná-lo presidente em definitivo. Isso daria mais força para um
maior distanciamento entre tucanos e o PMDB.
Na
última semana, Tasso se queixou a aliados da atitude do líder do PSDB
no Senado, Paulo Bauer (SC), que apareceu ao lado de Temer em
pronunciamento feito após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da
República).
Aécio
se reuniu com o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o
deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) na tarde desta sexta-feira (30). Ele
também conversou com outros tucanos por telefone.
Na próxima semana, a presença de Aécio é esperada, inclusive, no almoço da bancada do Senado, que acontece todas as terças-feiras.
Na próxima semana, a presença de Aécio é esperada, inclusive, no almoço da bancada do Senado, que acontece todas as terças-feiras.
Ele estuda fazer um pronunciamento da tribuna.
Entre
os tucanos há um constrangimento sobre o comando do partido. Embora a
bancada mineira e aliados de Aécio defendam seu retorno, um grupo teme
que uma posição do senador em destaque possa contaminar o partido devido
às acusações que pesam contra ele na Lava Jato e no caso JBS.