Gravações
obtidas com exclusividade pela IstoÉ mostram dois procuradores da
República reclamando das perseguições do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, a adversários e políticos. As gravações colocam em
suspeição as denúncias recentes do procurador Janot, que rejeita a
preferência do planalto por sua adversária na PGR, Raquel Dodge.
IstoÉ - Débora Bergamasco
As
mais recentes ações do procuradorgeral da República, Rodrigo Janot,
muitas das quais controversas, revelaram que ele vinha trafegando numa
linha tênue e perigosa que separava a boa e necessária liturgia jurídica
de seus interesses pessoais e políticos. O que IstoÉ traz agora em suas
páginas indica que Janot pode ter ultrapassado e muito essa fronteira.
Trata-se de duas ligações telefônicas, ainda sob sigilo judicial,
interceptadas pela Polícia Federal, no âmbito da operação Lava Jato,
obtidas com exclusividade pela reportagem de IstoÉ. Na gravação, com
pouco mais de 13 minutos de duração, a procuradora da República Caroline
Maciel, chefe da PGR no Rio Grande do Norte, mantém uma conversa
estarrecedora com o colega Ângelo Goulart. No diálogo, Caroline o alerta
sobre os perigos de um eventual apoio dele a Raquel Dodge, candidata à
sucessão do procurador-geral da República e tida como “inimiga” de
Janot. De acordo com Caroline, “a tática de Janot é apavorar quem está
do lado de Raquel”. Sete dias depois da conversa, ocorrida em 11 de maio
deste ano, Ângelo teve sua prisão decretada pelo próprio Rodrigo Janot.
“A conversa que rola é que você estaria ajudando Raquel. Estou te
avisando porque parece que a guerra está num nível que eu não consigo
nem imaginar porque eu não sou desse tipo de coisa. Inclusive, pelo que
eu senti, a tática de Janot é apavorar quem estiver do lado de Raquel”,
afirmou.
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