Se as gravações confirmarem o que o Globo online antecipou, não resta
nenhuma saída para o presidente Temer se não a renúncia. O quadro é
gravíssimo. O Congresso não pode ficar silente frente a uma
grandiosidade da denúncia. Neste cenário conturbado, o presidente nem o
País aguentaria um novo processo de impeachment. O clima em Brasília é
de que o Governo acabou e que se tem urgentemente buscar uma saída para
o País: renúncia, impeachment ou diretas já.
A oposição, de imediato, apresentou um pedido de impeachment de
Michel Temer com base no pedido de propina feito para manter o silêncio
do preso Eduardo Cunha. Pediu celeridade no processo para que o Brasil
fique livre dessa situação vergonhosa. Nesse momento em que surgem essas
gravações, o Governo não tem legitimidade para continuar governando.
Chegou ao ponto final. O ponto final, se não for dado pela sua própria
renúncia, será feito pela Câmara e pelo Senado, através de um
impeachment.
Líder do DEM na Câmara, o deputado Efraim Filho (PB) afirmou que não
descarta a possibilidade de um processo de impeachment ser aberto contra
o presidente Michel Temer após as notícias sobre a delação da JBS.
Segundo ele, o Congresso agora tem que ter “serenidade” para avaliar os
fatos que vieram à tona e dar respostas rápidas à sociedade. “A
investigação irá dizer se houve infração à Constituição. Se houve a
Constituição tem que ser seguida, conforme o rito a que foi submetida a
ex-presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio
Lamachia, disse que ‘são estarrecedores’ os fatos noticiados por O Globo
sobre uma suposta trama de obstrução de Justiça atribuída a Michel
Temer. A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos. Os
cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito
de seus representantes.
O que se espera agora é a divulgação das gravações que Joesley fez no
Jaburu. As gravações citadas precisam ser tornadas públicas, na
íntegra, o mais rapidamente possível. E a apuração desses fatos deve ser
feita com celeridade, dando aos acusados o direito à ampla defesa e à
sociedade a segurança de que a Justiça vale para todos,
independentemente do cargo ocupado.