As
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as centrais sindicais,
movimentos estudantis e sindicatos de policiais civis e federais farão
amanhã uma manifestação em Brasília contra o governo de Michel Temer
(PMDB) e pela convocação de eleições diretas.
A expectativa dos movimentos é de que 70 mil pessoas compareçam à
manifestação, que começará às 11h em frente ao estádio Mané Garrincha -
cuja construção foi alvo de operação da Polícia Federal hoje.
De acordo com o governo do Distrito Federal e com organizadores,
devem chegar à capital entre 500 e 600 ônibus de militantes vindos de
diversas regiões do país. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto),
principal participante da Povo Sem Medo, diz ter mobilizado 90 ônibus
de militância.
"A avaliação é que esse governo ilegítimo agora perdeu a capacidade
política de governar", afirmou na Câmara o coordenador do MTST e da Povo
Sem Medo Guilherme Boulos.
Líderes de movimentos sociais se encontraram com parlamentares da
oposição na tarde de terça para organizar apoio ao ato e às diretas
dentro do Congresso.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou esquema
especial de segurança para a manifestação, que deve incluir revista de
todos os manifestantes, na altura da Catedral Metropolitana.
Serão proibidos itens como garrafas, hastes de bandeiras, latas,
sprays e objetos perfurantes. Também não serão permitidas máscaras de
qualquer tipo, incluindo-se equipamentos de segurança contra gás
lacrimogêneo.
Armas de fogo também não permitidas, porém a presença de policiais,
que têm prerrogativa de porte de armas, pode gerar impasse. Entidades
ligadas à categoria afirmam que deve ser feito acordo com a organização
para possibilitar a entrada dos policiais armados.
Unificação
A manifestação inicialmente havia sido convocada contra as reformas da Previdência e trabalhista, por não haver consenso entre as centrais sindicais a respeito do governo Temer.
A manifestação inicialmente havia sido convocada contra as reformas da Previdência e trabalhista, por não haver consenso entre as centrais sindicais a respeito do governo Temer.
Após a revelação do áudio gravado entre Joesley Batista e Temer, na
semana passada, a Força Sindical, do deputado Paulinho da Força (SD-SP),
parte da base do governo, decidiu se unir ao "fora, Temer".
Eles chegaram a participar da convocação dos atos de domingo (21), que foram esvaziados em todo o país.
Câmara
A Câmara dos Deputados também adotou protocolo especial de segurança. Diversos pontos de acesso serão fechados e as visitas institucionais suspensas.
A Câmara dos Deputados também adotou protocolo especial de segurança. Diversos pontos de acesso serão fechados e as visitas institucionais suspensas.
"As medidas de Rodrigo Maia demonstram que instalaram quase um estado
de sítio", disse o deputado da oposição Ivan Valente (PSOL-SP).