O avião que traz o empresário Eike
Batista pousou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por volta das
9h50 desta segunda-feira (30). Eike deixou o aeroporto John F. Kennedy,
em Nova York (EUA), às 0h45 (horário de Brasília), no voo 973 da America
Airlines, para se entregar à Justiça brasileira.
Por volta das 10h27, o empresário chegou
ao IML (Instituto Médico Legal), para realizar exames de corpo de
delito. O empresário ficou no IML por cerca de 30 minutos.
Às 11h20, ele chegou no presídio
Ary Franco, zona norte do Rio. O empresário não tem diploma
universitário e, por isso, deve aguardar julgamento em uma cela comum.
Ele teve a prisão decretada na
quinta-feira (26), no âmbito da Operação Eficiência, segunda fase da
Calicute, o desdobramento da Lava Jato no Rio. Considerado foragido pela
Justiça, o empresário teve o nome incluído na lista de procurados da
Interpol.
Fernando Martins, advogado responsável
pela defesa de Eike, disse durante entrevista na entrada do presídio
Ary Franco que o principal objetivo agora é preservar a integridade de
seu cliente.
“Ele acabou de chegar e a gente ainda
não conseguiu traçar uma linha de defesa. Então, vamos aguardar e
conversar com o cliente. Até agora estamos tomando as medidas jurídicas
cabíveis no sentido de preservar a integridade física [dele]. Esse é o
nosso primeiro objetivo”, disse.
O advogado disse que não sabia informar se Eike ficará em uma cela comum. “Não sei detalhe sobre cela comum.”
A investigação
Quando o mandado de prisão foi expedido,
Eike estava fora do país. A prisão foi decretada após a delação dos
irmãos e doleiros Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson, que contaram
sobre o pagamento de US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio
ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB).
Segundo a investigação, o pagamento da
propina faz parte do esquema usado por Sérgio Cabral e outros
investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões remetidos ao exterior.
Desse valor, repassado em ações da Vale, da Petrobras e da Ambev,
apenas 10% já foi recuperado pelo Ministério Público Federal.
Ao decidir pela prisão preventiva de
Eike e de mais oito pessoas, o juiz Marcelo Bretas argumentou que havia
“a necessidade estancar imediatamente a atividade criminosa”.
Além da prisão preventiva de Eike, foram
pedidas as prisões do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), do
ex-secretário Wilson Carlos, do ex-assessor de Cabral Carlos Miranda.
Também são alvos Luiz Carlos Bezerra, Álvaro José Galliez Novis, Sergio
de Castro Oliveira, Thiago Aragão, Francisco de Assis Neto e o advogado
Flávio Godinho. Cabral, Wilson Carlos e Miranda foram presos na primeira
fase, de 17 de novembro de 2016.(UOL)