Foto: Agência Brasil
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é alvo de ação movida
por um policial militar por danos moraes. Moraes teria acusado o soldado
Douglas Gomes Medeiros, em setembro de 2015, de ter matado a tiros
quatro jovens uma pizzaria de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Na
época, Moraes era secretário de Segurança Pública do governo de Geraldo
Alckmin (PSDB) e fez as acusações em entrevistas à imprensa, sob
justificativa de que, dias antes, o grupo de jovens tinha roubado e
agredido a esposa do policial. "A bolsa da mulher foi encontrada com os
pertences das vítimas. E o policial, lamentavelmente, ao querer se
vingar - ao invés de comunicar a polícia para que realizasse as prisões -
acabou praticando esses crimes", disse o ministro na época. De acordo
com a Folha, as declarações não eram verdadeiras, já que a polícia nunca
encontrou a bolsa na casa dos quatro jovens mortos, mas oito dias antes
da chacina, na casa de pessoas sem ligação com as vítimas. Quando a PM
levou esses detalhes à Justiça na instrução processual, o Ministério
Público reconheceu não ter provas suficientes para manter a acusação e o
PM foi colocado em liberdade. Na ação, o PM pede R$ 60 mil de
indenização e usa trechos de obras publicadas pelo próprio Moraes para
demonstrar que ele feriu a presunção de inocência. A advogada do
soldado, Flávia Artilheiro, disse que as acusações abalaram o policial e
sua família, deixou o agente com dívidas e fez com que ele perdesse a
vaga na escola do subcomandante da PM. O ministro do governo Michel
Temer (PMDB) não quis comentar o caso e por meio de sua assessoria de
imprensa disse apenas que não tinha conhecimento da ação.