sábado, 8 de outubro de 2016

Ministro da Justiça vira alvo em ação depois de acusar policial militar sem provas


Ministro da Justiça vira alvo em ação depois de acusar policial militar sem provas


Foto: Agência Brasil
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é alvo de ação movida por um policial militar por danos moraes. Moraes teria acusado o soldado Douglas Gomes Medeiros, em setembro de 2015, de ter matado a tiros quatro jovens uma pizzaria de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Na época, Moraes era secretário de Segurança Pública do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e fez as acusações em entrevistas à imprensa, sob justificativa de que, dias antes, o grupo de jovens tinha roubado e agredido a esposa do policial. "A bolsa da mulher foi encontrada com os pertences das vítimas. E o policial, lamentavelmente, ao querer se vingar - ao invés de comunicar a polícia para que realizasse as prisões - acabou praticando esses crimes", disse o ministro na época. De acordo com a Folha, as declarações não eram verdadeiras, já que a polícia nunca encontrou a bolsa na casa dos quatro jovens mortos, mas oito dias antes da chacina, na casa de pessoas sem ligação com as vítimas. Quando a PM levou esses detalhes à Justiça na instrução processual, o Ministério Público reconheceu não ter provas suficientes para manter a acusação e o PM foi colocado em liberdade. Na ação, o PM pede R$ 60 mil de indenização e usa trechos de obras publicadas pelo próprio Moraes para demonstrar que ele feriu a presunção de inocência. A advogada do soldado, Flávia Artilheiro, disse que as acusações abalaram o policial e sua família, deixou o agente com dívidas e fez com que ele perdesse a vaga na escola do subcomandante da PM. O ministro do governo Michel Temer (PMDB) não quis comentar o caso e por meio de sua assessoria de imprensa disse apenas que não tinha conhecimento da ação.