Deputados estaduais baianos passaram a manhã desta terça-feira (3) em reunião conjunta das Comissões da Assembleia Legislativa da Bahia para discutir o PEE (Plano Estadual de Educação).
O deputado Eduardo Salles, presidente da Comissão de Educação, parabenizou o professor secretário estadual de Educação Osvaldo Barreto e todos os envolvidos na construção do texto. "No plano constam 20 metas ousadas, porém fundamentais para à mudança necessária na educação estadual", disse.
No entanto, um dos temas do PEE foi alvo de polêmicas e dominou a discussão. Os sub-tópicos 2.16, 3.22 e 15.15, que tratam de diversidade de gênero e sexualidade, geraram discussão entre movimentos sociais e religiosos. "Começamos a observar a intolerância por parte de radicalizações estabelecidas pelos dois lados em função dessa polêmica", analisa Salles.
Como presidente da Comissão de Educação, o deputado se colocou na posição de conciliador entre as partes. "Intolerância não cabe mais no mundo moderno e em um país democrático como o nosso, porque isso chega a soar como uma ditadura de pensamento", disse Eduardo Salles, que sugeriu inserir a palavra "respeito" nos tópicos em questão.
Assim, por exemplo, em vez de "estimular que a diversidade cultural, religiosa, de gênero, sexualidade e etnia sejam objeto de tratamento didático-pedagógico", o sub-tópico 2.16 do PEE passaria a "estimular que o respeito às diferenças sejam objeto de tratamento didático-pedagógico". A mesma sugestão se aplica aos outros dois sub-tópicos.
"O ideal é que não tenhamos vencidos nem vencedores nesta polêmica. Acho que não é obrigatório ter um lado. O consenso é a palavra-chave", defende o parlamentar.
A reunião conjunta das Comissões, que teve início às 9h30 desta terça-feira, foi suspensa para almoço e retomada à tarde para conclusão das discussões. "Espero que minha sugestão seja acatada e que consigamos votar o PEE ainda hoje", diz Salles.