Ex-presidente criticou os movimentos
pelo impeachment de Dilma, dizendo que nem dá bola, porque “os caras da
Paulista” nunca votaram nele, mas garante que se for eleito em 2018 vai
governar “para eles também”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ‘não tem uma viva alma mais honesta’ do que ele. A declaração
foi feita no Instituto Lula, durante encontro com blogueiros. Lula
falou sobre investigação de corrupção e afirmou:
“Já ouvi que delação premiada tem que ter o nome do Lula, senão não adianta”.
“Não existe nenhuma ação penal contra mim. O próprio [juiz federal Sergio] Moro já disse que não sou investigado”, acrescentou.
Estimulados
Lula criticou as delações premiadas usadas na Lava Jato. Segundo o
petista, delatores são estimulados a citar seu nome à Justiça.
“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste País, é que não tem uma
viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem
dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro
da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”, disse.
O ex-presidente disse que ‘o governo criou mecanismos para que nada
fosse jogado embaixo do tapete nesse país’. Garantiu ainda que um dia a
presidente Dilma será reconhecida por ter criado condições para que
‘neste país todos saibam que têm que andar na linha – do ‘mais humilde
ao mais alto escalão brasileiro. A apuração de corrupção é um bem desse
país.”
Sobre as acusações de que fez tráfico de influência em benefício de
empresas envolvidas na Lava Jato, o petista se disse injustiçado.
“As pessoas deveriam me agradecer. O papel de qualquer presidente é
vender os serviços do seu país. Essa é a coisa mais normal em um país”,
disse. “Como se o papel de um presidente fosse ser vaca de presépio.”
Impeachment
Perguntado sobre as manifestações a favor do impeachment de Dilma, Lula minimizou os movimentos.
“Se a gente ficar dando bola para os caras da Paulista…”. Eles nunca
votaram em mim. Por que vou dar bola para eles? Mas se eu for eleito vou
governar para eles também.
Quanto à Operação Zelotes, que investiga um de seus filhos, Luís Cláudio Lula da Silva, o petista se queixou:
“O que fazem com meu filho é uma violência”, afirmou, acrescentando
que muitas coisas divulgadas na internet a respeito do assunto são
falsas.
A respeito de uma possível candidatura sua à Presidência em 2018, Lula declarou que vai depender do cenário político.
“Ser candidato ou não vai depender do que estiver acontecendo em
2018″, disse. “Se eu estiver com saúde e perceber que sou o único que
pode evitar que as conquistas do povo sejam tiradas, entrarei no jogo”,
acrescentou.
Lula cobrou da presidente Dilma mais “ousadia” para superar a situação econômica atual.
“Se Dilma estiver centrada na política de recuperação econômica e de
geração de emprego, já está de bom tamanho”, disse o ex-presidente.
“Corrupção, deixa para a polícia, o Ministério Público e a Justiça. A
Dilma tem que colocar isso na cabeça: ‘Não só tenho que governar para
caramba. Mas quero eleger meu sucessor’”, aconselhou Lula.