Em
um dos seis inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) que apuram seu
envolvimento com a Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), é investigado por ter solicitado ao dono da UTC, Ricardo
Pessoa, R$ 1,5 milhão.
O
dinheiro seria para financiar a campanha política de seu filho, Renan,
ao governo de Alagoas. As doações foram repassadas ao diretório do PMDB
em Alagoas.
O
senador teria pedido a verba ao empresário em razão da contratação do
consórcio para execução da obra da usina nuclear Angra 3. O caso foi
apontado por Pessoa em delação premiada.
Pela
contratação, disse o delator, a empreiteira deveria pagar R$ 30 milhões
ao PMDB. Desse total, R$ 3 milhões foram divididos entre o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros, para financiar as campanhas dos
filhos dos dois senadores.
Segundo
a Polícia Federal, as informações de Pessoa "podem consubstanciar os
delitos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro".
Renan nega envolvimento com o esquema de corrupção.
O
pedido do presidente do Senado teria ocorrido em um jantar no Hotel
Emiliano (SP), de acordo com o empreiteiro. Pessoa entendeu que a
demanda fazia parte da solicitação de R$ 30 milhões feita
pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), que comandava o Ministério de
Minas e Energia, para financiar o PMDB nas eleições de 2014.
A Polícia Federal diz que há suspeita de que doações eleitorais também mascararam desvios na Eletronuclear.