O
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, decidiu
aguardar que o juiz do Paraná Sérgio Moro defina a situação do
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na Operação Lava Jato antes de
determinar como será o cumprimento do restante da pena de Dirceu no caso
do mensalão do PT.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que Dirceu
perca o benefício da prisão domiciliar concedido no mensalão e volte ao
regime fechado.
Atualmente, Dirceu cumpre prisão preventiva em Curitiba, por conta da
Operação Lava Jato, e poderia voltar a cumprir pena em casa pelo
mensalão caso fosse liberado.
O procurador argumentou ao Supremo que José Dirceu continuou a
cometer crimes mesmo após ser condenado no mensalão e que as provas
contra ele são contundentes e abundantes na Lava Jato.
Para o ministro, como Dirceu está em prisão preventiva, é
"irrelevante" analisar o pedido da Procuradoria no momento. Barroso
considera mais adequado esperar se o ex-ministro será ou não condenado
na Lava Jato para que isso seja definido.
No mensalão, Dirceu foi condenado a sete anos e onze meses por
corrupção ativa. Cumpriu cerca de um ano no regime semiaberto, e, após
um sexto da pena, foi autorizado a ir para prisão domiciliar.
Ele foi considerado chefe de esquema de compra de votos de
parlamentares para favorecer o governo Lula. Ele cumpria pena em casa no
mensalão, mas foi preso na Lava Jato no começo de agosto e acabou
transferido para Curitiba.
Na Lava Jato, o ex-ministro é réu por organização criminosa,
corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de
ter simulado contratos com empresas para receber dinheiro desviado da
Petrobras.