Os
bastidores do impeachment revelam que a oposição se reconciliou com
Cunha nos momentos derradeiros da abertura. Emissários do presidente
estiveram com líderes do PSDB e do DEM. Ao ser informado sobre a
definição do PT de votar contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética —
antes, portanto, de Cunha formalizar o impeachment — Mendonça Filho
(DEM-PE) levantou as mãos ao céu e soltou um aliviado “graças a Deus”.
Sentado
em sua cadeira, Cunha pediu que todos os assessores e aliados se
retirassem de seu gabinete antes de anunciar a abertura do processo de
deposição. Passou um tempo sozinho até sair para a entrevista.
Quatorze
minutos antes do anúncio, um importante auxiliar palaciano dizia que o
governo não acreditava na possibilidade de o impeachment ser deflagrado.
Antes
da coletiva, Cunha afirmou: “Sempre fui adversário do PT. Isso não muda
nada. O PT só defende os seus presos, não os adversários”. Depois do
anúncio, disse que dormiria “tranquilo, como sempre”. (Natuza Nery -
Folha de S.Paulo)