A presidente Dilma Rousseff coordena, hoje, uma reunião com ministros
e líderes da Câmara e do Senado no Palácio da Alvorada. Ela decidiu
assumir pessoalmente a articulação política do governo para garantir a
aprovação do projeto que altera a meta fiscal de 2015 e desmobilizar as
movimentações pelo seu impeachment.
A informação de que Dilma havia decidido participar do encontro com
parlamentares foi divulgada na última sexta-feira pelo jornal O Estado
de S.Paulo. O agravamento da crise política após a prisão do senador
Delcídio Amaral (PT-MS) fez com que a presidente encurtasse a viagem que
faria pelo exterior esta semana para retornar antes ao Brasil e
monitorar a situação de perto.
Nesta terça, ela desembarcou em Brasília por volta das 6h30 e três
horas depois já estava reunida com o ministro-chefe da Casa Civil,
Jaques Wagner.
O Palácio do Planalto trabalha com a previsão de votar a medida que
altera a meta ainda nesta terça-feira, durante a sessão do Congresso. O
projeto é considerado "prioridade zero" e tem de ser aprovado para que
governo possa revogar o decreto publicado na segunda, que estipulou um
novo corte no orçamento de mais de R$ 11 bilhões e engessou a máquina
pública.
Outra preocupação de Dilma foram os recados enviados nesta segunda
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O peemedebista deu
indicações de que, se os deputados petistas votarem pela abertura do
processo contra ele na reunião do Conselho de Ética, ele vai retaliar e
dar prosseguimento a pedidos de impeachment.
Diante da pressão do Planalto, os três petistas, que eram a favor da
punição a Cunha, iam rediscutir o posicionamento nesta manhã, antes da
reunião.
Além dos líderes da base aliada, participam da reunião o
vice-presidente Michel Temer e os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria
de Governo) e Nelson Barbosa (Planejmento).