Investigadores suspeitam que Mario Negromonte Junior (PP-BA) tenha recebido propina de empresa citada no petrolão por meio de doações oficiais de campanha
O deputado federal Mario Negromonte
Junior (PP-BA), filho do ex-ministro das Cidades no governo Dilma, Mario
Negromonte, será investigado na Operação Lava Jato pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). Negromonte-pai já é alvo de inquérito por
participação no esquema do petrolão. Em acordo de delação premiada, o
doleiro Alberto Yousseff esmiuçou o esquema de pagamento de propina a
parlamentares do PP, incluindo o ex-presidente da sigla, Pedro Corrêa,
já condenado na Lava Jato.
Em depoimento ao juiz Sergio Moro,
Youssef disse que políticos do PP receberam repasses mensais de até
750.000 reais em propina, a partir de dinheiro desviado na Petrobras,
durante a campanha eleitoral de 2010. O doleiro citou quatro
beneficiários preferenciais da propina do PP – o atual deputado federal
Nelson Meurer, o ex-ministro das Cidades Mario Negromonte e os
ex-deputados Pedro Corrêa e João Pizzolatti. As suspeitas contra Mario
Negromonte Junior são de que ele recebeu propina da empresa Jaraguá
Equipamentos por meio de doações oficiais de campanha.
O nome de Negromonte Junior, que passou a
ser investigado por decisão do ministro Teori Zavascki, já havia
aparecido na Operação Lava Jato depois de o ex-deputado federal Luiz
Argôlo ter afirmado a seus defensores que recebeu ameaças do
congressista por meio do ex-assessor Aricarlos Nascimento. Nascimento
trabalhou nas campanhas políticas de Argôlo e teria repassado o recado
de que o ex-parlamentar deveria ficar “pianinho” porque, depois do
petrolão, receberia apoio para voltar à vida pública. Segundo o relato
do advogado de Luiz Argôlo, Sidney Peixoto, ao site de VEJA, se o
ex-deputado aceitasse um acordo de delação contra ao PP, a família e sua
própria vida estariam em risco. “Ele disse ‘o caminho de delator sabe
qual é’. O caminho era a morte e às vezes poderia acontecer algo com a
família dele”, afirmou o advogado. Na época das suspeitas, o deputado
Mario Negromonte Junior disse, por meio de sua assessoria, que não houve
ameaças e que não sabe o que motivou o ex-assessor a acusá-lo.
Fonte: Veja