O processo que corre no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados,
contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode ser julgado
durante o recesso parlamentar. Isso se a Comissão Especial de
Impeachment funcionar nesse período. "Não tem sentido funcionar a
comissão do impeachment e o Conselho de Ética ficar parado. O que não
pode é andar um e não o andar o outro. É um caso também de interesse
nacional", disse ao O Globo José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente do
conselho. A reunião do colegiado que vai votar a admissibilidade do
processo contra Cunha está marcada para a próxima terça-feira (8).
Araújo tenta que Cunha ceda um plenário maior para ocorrer a sessão, por
temer um ambiente tenso após a aceitação do pedido de imepachment, e
pediu reforço na segurança. "Se a leitura de um simples relatório de
admissibilidade está causando tudo isso, imagina a votação de um
relatório final?! Estou apreensivo. Os ânimos estão acirrados. Espero
que a sessão fique só no debate e que seja impedida qualquer ação que
impeça o funcionamento na próxima terça-feira. Não podemos negar que é
um processo que envolve poder", acrescentou. Na quarta-feira (2), a
votação sobre a abertura do processo no Conselho de Ética foi adiada por
causa da votação da meta fiscal de 2015. No mesmo dia, os três
deputados do PT no conselho informaram que votarão a favor das
investigações contra Cunha. À noite, o presidente da Casa anunciou a
abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff
(PT).