O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusou neste domingo (6) o
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), de ser o "capitão do
golpe" do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff,
deflagrado na semana passada na Câmara dos Deputados. A acusação foi
feita durante entrevista coletiva no Palácio dos Leões, sede do governo
maranhense, em que Gomes, ao lado do presidente nacional do PDT, Carlos
Lupi, e do governador do Maranhão, Flávio Dino, saiu em defesa do
mandato da presidente Dilma Rousseff. "Perguntem qual é a opinião do
Michel Temer, vice-presidente da República, sobre o fato de seu
companheiro, amigo, parceiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter contas na
Suíça, ser denunciado por crime de formação de quadrilha, de roubo do
dinheiro público. Ele não tem uma opinião. Por quê? Porque é íntimo
parceiro. E não por acaso o beneficiário imediato dessa ruptura da
democracia e dessa imensa e potencial crise para 20 anos. É ele mesmo o
senhor Michel Temer, o capitão do golpe", afirmou Gomes. O ex-ministro
da Integração Nacional do governo Lula afirmou que o processo de
impeachment tem sido tocado por um "grupo de mafiosos" que estão se
utilizando de "protocolos formais" para derrubar a democracia
brasileira. Para ele, o "golpe" não tem sido orquestrado apenas pelo
PMDB, mas por grupos internacionais de interesses conservadores e
reacionários que "cobiçam o petróleo brasileiro". Nesse contexto, Ciro
defendeu que é preciso "engolir" os "abusos" do governo atual, em nome
da preservação da democracia. "Três anos de um governo que a gente não
gosta passam num piscar de olhos", afirmou. "Mas isso nos aponta para
segunda grande tarefa: exigir, pedir, suplicar que a presidenta Dilma se
reconcilie com valores e grupos sociais que lhe deram a vitória. Porque
a sensação grave hoje entre nós é de que fomos enganados. A sociedade
esperava uma coisa, ouviu dela uma proposta, e temos a sensação de que
estamos recebendo exatamente o oposto", emendou. Na coletiva, o
presidente nacional do PDT lançou a pré-candidatura de Ciro à
Presidência da República em 2018.