sexta-feira, 20 de novembro de 2015

PPS entrará com ação no STF por afastamento de Cunha da presidência da Câmara



PPS entrará com ação no STF por afastamento de Cunha da presidência da Câmara


O PPS informou nesta sexta-feira, 20, que pretende entrar com um mandado de segurança na próxima terça-feira, 24, no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. O argumento do líder do partido, deputado Rubens Bueno (PR), é de que o peemedebista vem se utilizando das prerrogativas do cargo para postergar o andamento do processo contra ele no Conselho de Ética. "Desde o dia 10 de outubro estamos pedindo que ele se afaste do cargo de forma espontânea, mas Cunha insiste em permanecer. A situação se agravou ainda mais na última quinta-feira, quando ficou claro que, junto a aliados, ele articulou diversas manobras para impedir que o Conselho de Ética votasse o parecer do relator do caso, deputado Fausto Pinato, pela admissibilidade do processo. O afastamento é necessário para que episódios lamentáveis como esse não voltem a ocorrer e o julgamento de Cunha ocorra normalmente", argumenta o líder do PPS. Essa é a terceira ação parlamentar pedindo a saída de Cunha. Ontem, a deputada Eliziane Gama (Rede-MA) avisou que vai protocolar uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) com o mesmo objetivo. Há quase um mês, o vice-líder do governo e adversário de Cunha, Silvio Costa (PSC-PE), também recorreu à PGR para forçar a saída do peemedebista. Na ocasião, Costa apontou o uso indevido da função para retardar o pedido de investigação do PSOL e da Rede Sustentabilidade. A ação que será protocolada na terça-feira pedirá o afastamento de Cunha da presidência durante o período em que estiver em curso o processo no Conselho de Ética. O mandado de segurança tentará reunir evidências de que há interferência do peemedebista no processo. "É necessário que Cunha deixe de possuir os poderes atinentes à Presidência da Câmara, ainda que temporariamente, visto que já se utilizou fartamente deles, a fim de que cessem as indevidas intervenções e o processo possa chegar ao seu final", finaliza o deputado. Nesta quinta-feira, 19, Cunha iniciou a ordem do dia no plenário da Câmara mais cedo do que o usual, levando à interrupção das atividades das comissões, e anunciou que pretendia levar as votações até as 18h, mais tarde do que geralmente costuma acontecer. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), cogitava retomar a sessão do colegiado após o fim da sessão no plenário antes de a Mesa Diretora da Casa decidir anular a reunião do Conselho, alegando burla ao regimento. A atitude gerou um protesto por parte de partidos da oposição, que abandonaram o plenário. Diante da pressão, Cunha, que nega ter feito manobras, acabou voltando atrás da decisão de cancelar a sessão, mas conseguiu protelar a leitura do parecer sobre seu caso. Cunha é suspeito de mentir à CPI da Petrobras quando disse não ter contas no exterior.