Os gastos do senador Fernando Collor de Mello (PTB) com cartões de
crédito não são compatíveis com o seu rendimento declarado, apontou
laudo da Polícia Federal anexado à denúncia da Procuradoria-Geral da
República (PGR). As investigações teriam mostrado que, entre 2011 e
2013, o ex-presidente movimentou mais de R$ 3 milhões nos cartões, mas
sua evolução patrimonial ficou entre R$ 5 milhões e R$ 3,2 milhões no
período. De acordo com o G1, os membros da Operação Lava Jato
consideraram dados sobre rendimentos, deduções, pagamentos, doações,
impostos pagos, gastos com cartões de crédito e variação patrimonial do
parlamentar. A PF suspeita de lavagem de dinheiro feita por meio de
depósitos de baixos valores feitos na conta do senador e em dinheiro
vivo. Agora, os investigadores tentam identificar se o dinheiro suspeito
tem ligação com o esquema de desvios na Petrobras. Em nota, a
assessoria de Collor alega "falta de isenção" dos laudos e defende que
as despesas do senador são "categoricamente" compatíveis com os
rendimentos. "Todos os gastos e despesas realizados pelo senador
Fernando Collor – inclusive aqueles realizados com cartões de crédito –
são categoricamente compatíveis com os recursos por ele recebidos nos
anos de 2011 a 2013, considerados os rendimentos recebidos e os
empréstimos tomados no período, notadamente junto à TV Gazeta de
Alagoas, empresa familiar da qual é acionista", explica o texto.