Elio Gaspari
A
fritura de Joaquim Levy mudou de qualidade. Habitualmente, presidentes
fritam ministros, mas, no caso do doutor, um ex-presidente (Lula) está
fritando ao mesmo tempo o ministro da Fazenda e a inquilina do Planalto
(Dilma Rousseff).
Quando
circula a informação de que Nosso Guia sondou Henrique Meirelles para o
cargo e que ele pediu carta branca para assumir o cargo, a coisa muda
inteiramente de figura. Quem está sendo frita é a doutora Dilma. Neste
caso surge uma novidade: seu impeachment pelo PT.
Isso
tudo poderia ser fabulação, mas o ex-presidente do Banco Central soprou
o fogo ao dizer que não recebeu um convite "concreto". O que vem a ser
um convite abstrato, só ele pode explicar.
Certo
mesmo é que Levy ainda não chamou o caminhão da mudança, como fez Mário
Henrique Simonsen em 1979, porque não quer ser responsável pelo
pandemônio que provocaria.
Com
Lula convidando ministros e o seu preferido admitindo cripticamente que
há algo no ar além aviões de carreira, os escrúpulos de Levy tornam-se
despiciendos. O pandemônio já está criado.