sábado, 14 de novembro de 2015

Levy tem ainda 'missões a cumprir', avalia Dilma



Levy tem ainda 'missões a cumprir', avalia Dilma


A presidente Dilma Rousseff embarcou nesta sexta-feira (13) para participar da reunião de cúpula do G-20, na Turquia, neste fim de semana, convicta de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ainda "tem missões a cumprir" no governo, segundo interlocutores. A presença do ministro na comitiva ministerial ajuda a acalmar um pouco as inúmeras pressões contra o titular da equipe econômica, que partem especialmente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora entenda que, em algum momento, terá de trocar Levy, Dilma avalia que a mudança não deve ser para agora. Por isso, resiste e reafirmou sua disposição em ainda mantê-lo, em conversas com interlocutores ontem, horas antes de viajar para a cidade turca de Antália. A presidente decidiu antecipar seu embarque para a viagem à Turquia, inicialmente marcado para às 18h, e decolou pouco antes das 15h. Levy e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não viajaram com Dilma no avião presidencial, mas se incorporam à comitiva na Turquia, assim como Mauro Vieira, das Relações Exteriores. A chegada a Antália está prevista para às 9h30 de hoje. A presidente, segundo interlocutores, não reage bem a pressões, principalmente quando estão no auge, como agora. Mas sabe que acabará tendo que ceder ao cerco contra Levy para dar lugar a um novo ânimo no cenário econômico. No Planalto, fala-se em dar sinais de "uma luz no fim do túnel" em 2016. Mas neste momento, Dilma apenas tem ouvido todas as queixas e as "digerindo", segundo um auxiliar. A sucessão de boatos sobre uma demissão de Levy tem incomodado a presidente. Mas, ao mesmo tempo, Levy fez chegar ao Planalto que quer ficar no cargo e que concorda com Dilma sobre as "missões a cumprir". Só que, avalia-se, a insistência dos rumores fragiliza o ministro e desgasta a presidente, que se sente ainda mais sob pressão e se vê obrigada a ouvir as repetidas investidas de Lula - ele não esconde sua preferência pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e tem estimulado seu antigo auxiliar a operar sua volta ao governo. Na quinta-feira, Levy teve uma vitória nas suas batalhas no Congresso, quando a Comissão Mista de Orçamento aceitou recuar da decisão de autorizar a União a abater R$ 20 bilhões da sua meta fiscal de 2016 de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O movimento foi visto como um "crédito" a Levy, que precisa ainda aprovar outras medidas da segunda etapa do ajuste fiscal - da repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior, que precisa ainda do aval do Senado, até a Desvinculação das Receitas da União (DRU), instrumento que liberaria mais verbas ao governo para uso sem restrições. Em jogo, estão ainda o Orçamento de 2016 e as discussões sobre a nova CPMF.