A
área técnica da Câmara dos Deputados encaminhou ao presidente da Casa,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um parecer em que conclui que, por não
apresentar provas, o principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff deve ser arquivado.
O
pedido é assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo advogado Miguel
Reale Júnior, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).
O
documento foi entregue a Cunha em um ato em seu gabinete na Câmara, com
a presença da filha de Bicudo, Reale, líderes de partidos de oposição e
representantes de movimentos que foram às ruas contra a presidente e o
PT nos últimos meses.
Segundo
o parecer dos técnicos da Câmara, elaborado por dois setores distintos
da Casa por ordem de Cunha, o pedido de Bicudo e Reale é bem elaborado
juridicamente, mas não traz documentação comprobatória de que Dilma
tenha cometido crime de responsabilidade no exercício do mandato.
O
pedido de Bicudo e Reale citava o escândalo de corrupção na Petrobras e
as chamadas "pedaladas fiscais", manobras do governo para adiar
pagamentos e usar bancos públicos para cobrir as dívidas, que serão
julgadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Cunha deve seguir a
orientação de sua assessoria técnica, mas isso não significa alinhamento
com o Palácio do Planalto.