* Por Cláudio Soares
"Nunca antes na história deste País", contudo, foi tão amplo e
imediato o acesso a informação de denúncias e protesto contra esse
câncer que se dissemina no Poder Público e que também penaliza toda a
sociedade. Corrupção é algo que transcende os tipos penais dos artigos
317 (corrupção passiva) 332 (tráfico de influência) e 333 (corrupção
ativa) do Código Penal brasileiro.
A corrupção traduz um comportamento indiscutivelmente arraigado na
mentalidade coletiva, ostentando um viés cultural. Esse sentimento
podemos ver nas ruas quando um guarda de trânsito intercepta nossos
veículos, ou mesmo dentro de hospitais públicos que geralmente aparece
um agente público solicitando vantagem para empurrar um paciente à
frente dos demais que há dias está na espera de um atendimento. Se você
andar mais à frente vai se deparar com as câmaras de vereadores, onde
reina corrupção pura - e ali bem próximo estão as prefeituras onde a
palavra de ordem é roubar.
Logo, lamentavelmente, a corrupção permeia o poder público porque
está em toda coletividade; neste diapasão, são verdadeiros desafios para
o combate deste mal, fundamentalmente das estruturas sofisticadas que
atuam não apenas para a prática desses crimes, mas também para a lavagem
de dinheiro público desviado de hospitais, escolas, estradas,
segurança, que supera a ordem de bilhões de reais.
Corrupção perpetua estruturas viciadas e práticas criminosas, é a
engrenagem da delinquência moderna, que, por sua vez, tem feição de
bandidagem sem precedentes. Exige-se, portanto, persistente e eficaz um
enfrentamento, que requer dos órgãos de persecução ao menos um trabalho
equivalente à dos criminosos.
É imprescindível que o Estado capacite e instrumentalize seus
servidores com os meios necessários, arquitetando as ações dos órgãos de
controle - em especial o Banco Central, Receita Federal, Ministério
Público, Polícia Federal, Tribunais de Contas e a sociedade organizada
com interesse de ajudar ao estado farejar e caçar esses bandidos
travestidos de agentes do estado que dilapidam nosso patrimônio -, em
prol de uma sistematização de dados e informações indispensáveis à
elucidação desses criminosos.
É mais do que importante que cada cidadão brasileiro tenha a exata
noção do custo da corrupção, quanto um ato criminoso - por menor que
seja, contribui para os déficits nos serviços públicos (saúde, educação,
segurança, etc.), e quantos investimentos que deveriam chegar até as
comunidades evaporam e param nos bolsos desses bandidos de gravatas.
Vigilantes, atentos, deve cada cidadão funcionar como promotor de
revoluções sociais, seja pela rede digital, seja provocando o debate com
denúncias e utilizando os meio de comunicação mais próximos para
levantar e sacudir os objetivos desejados, com enfrentamento
a corruptos, mesmo com hostilidades repudiando contra essa praga-
verme e parasitas que sugam nossos recursos que contribuímos através de
uma carga tributária sufocante e crescente.
O Brasil requisita uma nova cidadania - que é o grito de cada
brasileiro contra qualquer corrupto, seja no avião, no restaurante, na
rua, não importa, onde o encontrar seja gritante e peça a palavra de
ordem para rejeitar sua presença naquele recinto, e mostre que é contra
qualquer agente público que se comporta de maneira depravada, com
devassidão.
Por último, é um grande erro relativizar a classe política, jogar
todos no mesmo saco como se corruptos fossem - isso é não enxergar a
periculosidade e verdadeira máfia, gangue, associação criminosa em que o
PT se transformou, inclusive, enaltecendo como heróis seus líderes
corruptos, depois de julgados e condenados, e presos pela Corte maior de
Justiça deste País.
Eu costumo dizer que na prática da barbárie ninguém é diferente. Ora,
se o Zé Dirceu, João Vaccari Neto, Marcos Valério, João Paulo Cunha e
José Genuíno merecem elogios, ou seja, serem enaltecidos, sem dúvidas o
Fernandinho Beira Mar, Macola e Elias Maluco, que também são figuras do
mundo do crime, estão na condição de receber elogios. Qual a diferença?
Afinal, tanto o tráfico de drogas como a corrupção mata!
Esse discurso fajuta do PT, falsificado, redundante, e que não tem
mais qualidade de ludibriar os pobres, está eternamente com prazo de
validade vencido. Fora corruptos!!!
* Jornalista e Bacharel em Direito