O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a abertura de um novo inquérito contra um grupo
que envolve o senador Fernando Collor (PTB-AL) para apurar suposta
prática de crimes de licitação e peculato (desvio de recursos públicos),
além de corrupção passiva. O pedido chegou à Corte na mesma semana em
que Janot ofereceu denúncia contra o senador - acusado de ter recebido
R$ 26 milhões em propina - e outras quatro pessoas ligadas a ele pela
prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da
Operação Lava Jato. Assim como a denúncia, o novo inquérito corre sob
sigilo na Corte. Além do ex-presidente, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) pediu a investigação do ex-ministro do governo Collor
Pedro Paulo Leoni, e de dois servidores que ocupam cargo comissionado no
Senado Federal: Cleverton Melo da Costa e Fernando Antônio da Silva
Tiago e de Luís Pereira Duarte de Amorim. Todos já foram denunciados na
última quinta-feira (20). De acordo com a Procuradoria, os dois
assessores efetuaram "operações suspeitas" de lavagem de dinheiro por
meio de depósitos em espécie feitos em favor de empresas do Collor e que
somariam um total de R$ 1,3 milhão. Para investigadores, os valores em
espécie "provavelmente têm origem no esquema criminoso investigado". Os
dois procedimentos - tanto a nova investigação como uma eventual ação
penal contra Collor, no caso de a denúncia ser recebida pelo STF - devem
correr paralelamente no Tribunal. As defesas de Collor e de Pedro Paulo
Leoni afirmaram ainda não ter conhecimento do teor do novo pedido de
inquérito. Os advogados de Cleverton Melo Costa, Fernando Antônio Silva
Tiago e Luís Pereira Duarte Amorim não foram localizados.