João
Luiz Vieira, um dos editores da revista Época, que pertence ao grupo
Globo, publicou uma grosseria que repercutiu mal na internet e na
imprensa em geral. Em
seu artigo “Dilma e o Sexo”, Vieira atribui os problemas da presidente
Dilma Rousseff à “falta de erotismo”. A baixaria, que já foi retirada do
ar, ainda pode ser lida aqui.
Para
o jornalista Fernando Brito, Época ultrapassou todos os limites da
civilidade. “Época, como sub-Veja que sempre foi, apenas colhe os frutos
de uma mídia empresarial que perdeu todo o limite de civilidade e bota
Jabores, Rodrigos, Reinaldos, Gentilis e outros a rosnar. E outros que,
sibilantes, revestem a peçonha em termos e temas pretensamente “cults”.
Tornamo-nos a república dos imbecis, dos ofensores, da xingação. Que
época!”, afirma Brito.
Alguns
internautas se assustaram com a publicação da Época, independentemente
de serem ou não eleitores da atual presidente ou de estarem de acordo
com o governo vigente. “O que é isso? Até que ponto esses caras se
rebaixarão moral e intelectualmente? Tudo bem, eles contam com a
simpatias de imbecis piores que eles. Mas senso de ridículo, nunca
tiveram nenhum? Ou abrem mão dele agora em razão de seus “objetivos
maiores”? Cara, que gente podre”, escreveu Marcos Nunes.
“Isso
não é jornalismo, é um esgoto dos mais fétidos. Me senti agredida como
mulher. O que virá em seguida? Que presidência é lugar de homem (rico) e
que ela deveria ir lavar uma louça ou costurar uma roupa? Estou
perplexa”, criticou Ana Maria.
Leia abaixo trechos do texto de João Luiz Vieira, editor da Época:
Não
a conheço pessoalmente, nem sei de ninguém que a viu nua, mas é bem
provável que sua sexualidade tenha sido subtraída há pelo menos uma
década, como que provando exatamente o contrário: poder e sexo
precisando se aniquilar.
Será
que Dilma devaneia, sente falta de alguém para preencher a solidão que o
poder provoca em noites insones? Será que ela não se ressente de um ser
humano para declarar que quer mandar todo mundo para aquele lugar,
afinal ela não tem como dizer isso para o neto, supostamente seu melhor
amigo, que ainda nem sabe ler? Será que ela não sente falta de comer
pipoca enquanto assiste suas séries de TV paga, que tanto ama e a faz
relaxar das pressões inerentes ao cargo?
[…]
Dilma,
não. Dilma é de uma geração de mulheres anti-Jane Fonda, que acreditam
que a sexualidade termina antes mesmo dos 60 anos, depois de criados
filhos e ter tido seus netos. A atriz norte-americana foi uma combatente
política quando era antidemocrático falar mal dos Estados Unidos, nação
que estava dizimando vietnamitas e ela, no auge da beleza e do erotismo
explícito como a emblemática personagem Barbarella, posou numa
trincheira.
Isso
foi no fim dos anos 1960, quando Dilma começou a lutar por democracia
nos nossos anos de ditadura (1964-1985). Jane hoje é uma contumaz
usuária de testosterona para regular seus hormônios e manter sua
sexualidade gritando aos 77 anos. A atriz, precursora da autoestima para
uma geração de mulheres no mundo inteiro, chega ao terço final de sua
via exalando erotismo.
[…]
Diz-se
que as amazonas, filhas de Ares, deus da guerra, cortavam um dos seios
para manusear o arco e flecha e lutar. Ou seja, o feminino guerreiro
precisaria extirpar a própria feminilidade. Não deveria, mas muitas
vezes a exclui, e exemplos temos aos montes. Fragilizar-se é compatível
com o cargo que essas senhoras almejam? Talvez sim, talvez não.
Dilma, se fosse seu amigo lhe diria: erotize-se.
Leia aqui na íntegra.