No
meio de uma crise violenta, que já dura sete meses e 25 dias – ou seja,
desde que assumiu no dia 1º de janeiro – o governo vai a público tentar
criar uma agenda positiva. Diz que vai ceifar dez ministérios. Só que
não sabe ainda quais são. Se a intenção era se desmoralizar mais um
pouco, o objetivo foi plenamente alcançado.
E olha que, pelo menos internamente, Dilma já fala há quase seis meses em enxugar o seu ministério.
Em março, antes da primeira grande manifestação pró-impeachment, Dilma Rousseff reuniu um pequeno grupo de ministros e, pela primeira vez, falou da possibilidade de redução de ministérios.
Naquela
conversa, a própria Dilma disse que poderia retirar o status de
ministério da Pesca (que voltaria para Agricultura), GSI (que iria para
Casa Civil), Previdência e Trabalho (que seriam fundidas numa só), Banco
Central, Portos e Aeroportos (que se fundiriam com Transportes) e
Secom (que voltaria a ser uma assessoria).
Por gostar de Afif Domingos, Dilma não queria cortar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Quando
um ministro citou a fusão dos vários ministérios sociais num só
(Direitos Humanos, Mulheres, Igualdade Racial e Secretaria Geral), Dilma
respondeu que a ideia seria politicamente inviável.
Admitiu estudar apenas a fusão da Secretaria-Geral da Presidência com a de Direitos Humanos.
A
conversa terminou inconclusiva e ficou na gaveta presidencial até o
anúncio de ontem. De lá até aqui, quase seis meses depois, pouca coisa
andou. Uma delas, foi a crise