Eduardo Cunha acusa o governo e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de terem articulado um “acordão” que resultou na denúncia contra o o presidente da Câmara ao Supremo.
Do
acordo constaria também livrar a cara de Renan Calheiros, que
retribuiria abrindo o caminho para que Janot seja reconduzido ao cargo
na semana que vem, na votação que ocorrerá no Senado.
Beleza.
Pode ter acontecido o que for – e, ressalte-se, não há qualquer prova
de existência do tal “acordão” – mas a hipótese tem problemas para ficar
totalmente de pé.
Para
uma combinação deste tipo dar certo seria necessário combinar com os
russos – ou mais precisamente com o juiz Sergio Moro e com a PF, as
outras duas pontas fundamentais para o avanço da Lava-Jato.
De
nada adiantaria, por exemplo, uma composição entre Janot e o governo se
Moro e a PF continuam empenhados até a medula em levar adiante as
delações premiadas e as investigações. Seria um acordo de alcance
limitado – ou mesmo nulo.(Lauro Jardim - Veja)