A defesa do ex-ministro José Dirceu entrou com um recurso no Supremo
Tribunal Federal (STF) pedindo que ele volte a cumprir prisão
domiciliar em Brasília. Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por
corrupção ativa no esquema do mensalão, Dirceu foi preso novamente no
início do mês na 17ª fase da Operação Lava Jato e levado a Curitiba. Os
advogados do ex-ministro questionam a decisão do ministro do STF Luís
Roberto Barroso que autorizou a transferência de Dirceu de Brasília,
onde cumpria a pena do mensalão em prisão domiciliar, para o Paraná. Na
ocasião, Barroso entendeu "que a concentração dos atos de apuração
criminal no foro do Juízo que supervisiona o inquérito é perfeitamente
justificável, na medida em que é lá que se encontram em curso as
investigações envolvendo as condutas imputadas ao sentenciado". O
questionamento da defesa contra a decisão do ministro deve ser levado ao
Plenário do STF. Antes disso, no entanto, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) deve se manifestar sobre o pedido em parecer. Roberto
Podval, advogado do Dirceu, afirmou que não há precedente de alguém já
preso por determinação do STF que tenha sido preso novamente. Ele alega
que o retorno a Brasília é justificável diante da "falta de necessidade"
da transferência de Dirceu para outra prisão. Em Curitiba, o
ex-ministro divide uma cela com dois contrabandistas, na Custódia da
Superintendência da Polícia Federal na cidade, base da Operação Lava
Jato. Ele é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro por meio de
sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, já desativada.