Ministros e assessor de Lula adotam discurso conciliador, e aliado diz que Dilma topa participar de conversa
O
Palácio do Planalto expressou apoio à iniciativa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de buscar aproximação com seu antecessor, o tucano
Fernando Henrique Cardoso, e indicou que a presidente Dilma Rousseff
também está disposta a participar de uma conversa com eles.
"Em
todos os países democráticos é natural que ex-presidentes conversem e,
muitas vezes, que sejam chamados pelos presidentes em exercício. Essa é
uma prática comum nos Estados Unidos, por exemplo", afirmou à Folha o ministro Edinho Silva, chefe da Secretaria de Comunicação Social do Planalto.
"Vejo
com bons olhos a possibilidade de diálogo entre Fernando Henrique e
Lula, como vejo com naturalidade que o mesmo aconteça com a presidenta",
concluiu.
Como a Folha revelou
nesta quinta-feira (23), Lula autorizou amigos comuns aos dois a
procurar Fernando Henrique e propor uma conversa sobre a crise política.
O
objetivo imediato da aproximação seria buscar conciliadores que
pudessem frear os líderes oposicionistas que defendem o impeachment de
Dilma. Além de FHC, Lula também procurou o senador tucano José Serra
(SP).
Além
de Edinho, outros ministros petistas manifestaram apoio à aproximação
com a oposição, adotando discurso conciliador e abandonando o receio de
que uma discussão pública sobre o assunto possa prejudicar as
tratativas.
O
Instituto Lula, que na quinta afirmou que o ex-presidente não tinha
interesse em falar com Fernando Henrique, mudou de tom. Dizendo que
expressava apenas uma opinião pessoal, o diretor do instituto, Paulo
Okamotto, defendeu o diálogo.
"Minha
opinião é que tanto o presidente Lula como o presidente Fernando
Henrique são políticos importantes, com responsabilidades e capacidade
de analisar o que o Brasil está enfrentando. Sempre fui a favor de que a
gente converse com quem faz política." (Da Folha de S.Paulo)