Da Folha de S.Paulo
Tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 afirma que verbas da UTC vieram de forma espontânea para a sigla
As
autoridades citadas na delação premiada do dono da UTC negaram ter
havido irregularidade nas conversas mantidas com Ricardo Pessoa e
disseram que as doações foram legais e declaradas.
Por
meio de assessoria, Aloizio Mercadante afirmou que todas as
contribuições para sua campanha ao governo de São Paulo em 2010 estão
registradas na prestação de contas.
O
chefe da Casa Civil diz ter recebido o presidente da construtora em sua
casa depois de o empresário ter manifestado, segundo ele, o desejo de
conhecê-lo em razão da corrida eleitoral. "Não houve omissão de
quaisquer valores", afirmou.
Segundo
o ministro, o único encontro com Pessoa teve a participação de Emidio
de Souza, então coordenador de sua campanha, hoje presidente estadual do
PT-SP.
"Posteriormente,
a empresa UTC fez uma única contribuição devidamente contabilizada e
declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil", conclui o
ministro.
A
assessoria do ministro Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma em
2014, disse que ele esteve com Pessoa três vezes para tratar de doações
eleitorais, sendo a primeira quando o empresário esteve no comitê da
campanha em Brasília. "O empresário, após o primeiro contato, organizou o
fluxo de doações em três parcelas que totalizaram 7,5 milhões de
reais."
O
ministro, por meio da assessoria, disse que jamais tratou de assuntos
relacionados a Petrobras com o empresário. "As doações ocorreram de
forma espontânea", afirmou a assessoria de Silva.
O
Instituto Lula alega que as declarações sobre contas de campanha cabem
ao PT ou ao tesoureiro responsável. Em nota, o PT afirmou que todas as
doações ao partido foram legais. O ex-tesoureiro da sigla João Vaccari,
que está preso, não se manifestou.
O
ex-ministro José Dirceu, em nota, disse que "o contrato com a UTC,
assinado em fevereiro de 2012, teve o objetivo de prospecção de negócios
para a construtora fora do Brasil, em especial no Peru e na Espanha".
O prefeito Fernando Haddad afirma que as doações de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça.
O
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirma que a quantia declarada na
delação de Pessoa, R$ 200 mil, consta de sua prestação de contas da
eleição de 2010. Ele disse ainda que nunca esteve com Pessoa.
O
advogado do senador Edison Lobão (PMDB-MA) disse que a informação de
que seu cliente teria recebido R$ 1 milhão já foi feita em outra delação
e não foi comprovada.
A assessoria do deputado Arthur Lira (PP-AL) informou que todas as doações recebidas por ele foram registradas. A Folha não
obteve contato com o senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur,
mas ele já disse anteriormente que a doação da UTC foi legal.
O
ex-senador Gim Argello (PTB-DF) também negou ilegalidades, assim como
os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Júlio Delgado (PSB-MG), que é
subrelator da CPI da Petrobras.
A Folha não
conseguiu falar com o senador Fernando Collor (PTB-AL), com o
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, com o secretário de saúde da
prefeitura de São Paulo, José de Filippi (PT-SP), e com o senador Ciro
Nogueira (PP-PI).