Integrante da base da presidente Dilma Rousseff, a bancada do PDT na
Câmara divulgou nota na qual critica o aumento da taxa básica de juros e
reafirma sua oposição contrária ao "receituário neoliberal" do ministro
da Fazenda, Joaquim Levy. O comunicado é assinado pelo líder do PDT na
Câmara, André Figueiredo (CE), que lamenta a nova elevação da Selic pelo
Banco Central, desta vez para 13,75% ao ano. "Já não há mais como
esconder que a opção do governo em render-se ao mercado financeiro se
mostra definitiva", argumenta o parlamentar. Mesmo no controle do
Ministério do Trabalho, o PDT se opôs de forma ferrenha, no Congresso,
às duas medidas do ajuste fiscal que endureceram o acesso a benefícios
trabalhistas. Durante a tramitação na Câmara, o partido fechou questão
contra as propostas encampadas pelo Palácio do Planalto e votou em peso
para tentar derrubá-las. Elas acabaram sendo aprovadas pelo Legislativo e
foram enviadas para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Figueiredo
alega que cada vez mais a política do segundo mandato da petista se
"identifica com governos passados que mantiveram o Brasil em longos
períodos de recessão e aprofundaram a desigualdade e a exclusão social".
"A recente aprovação das MPs 664 e 665 - que cortam e limitam o acesso
ao seguro desemprego e cortam a pensão das viúvas - e os cortes no
orçamento de 2015 que inviabilizam os investimentos e até a manutenção
da infraestrutura da educação, saúde e programas sociais, confirmam
isso", acrescenta o pedetista. O deputado afirma ainda que o PDT vai
continuar caminhando "na contra-mão" da atual política econômica. "Cada
vez mais o PDT expressa sua oposição a Joaquim Levy e seu receituário
neoliberal. Definitivamente, não somos iguais e não caminharemos
juntos."