Do Portal G1
A
missão de um sindicato é lutar por benefícios para os trabalhadores.
Certo? Mas em vários lugares do país, não é isso o que vem acontecendo.
Esses sindicatos são controlados por dirigentes corruptos, e no fim, o
dinheiro sai do bolso do trabalhador e vai direto para o bolso deles.
Mesmo
que você não seja sindicalizado vai se indignar e muito com essa
história, porque pessoas que agem como donos de sindicatos usam dinheiro
do trabalhador para ganhar poder e fazer fortuna.
“O
diretor falou para ele: 'Olha, se você fizer alguma coisa contra a
gente, a gente incrimina você e não precisa nem de prova, prova a gente
cria, porque a gente compra todo mundo”, diz uma pessoa que preferiu não
se identificar.
Rio
de Janeiro. Sindicato dos Comerciários, mas pode chamar de casa dos
Mata Roma. Este é o sobrenome da família que mandava por lá havia quase
50 anos. Mandava e desmandava.
“Não
era funcionário, não era presidente, não era vice-presidente ou
diretor. Eles eram o dono do sindicato”, conta um funcionário.
Luizant
Mata Roma chegou ao sindicato como interventor, nomeado pela Ditadura
Militar, em 1966. E não saiu mais. Foi presidente durante 40 anos. Só
deixou o cargo quando morreu em 2006. Quem assumiu? O filho dele, Otton
da Costa Mata Roma. A lista dos Mata Roma empregados no sindicato tem 15
parentes.
“A
maioria dos parentes não trabalhava. Eles eram lotados todos nesse
gabinete aqui. Mas você não os via no sindicato. Só os via em final do
mês, época de pagamento”, revela o interventor José Carlos Nunes.
Carolinsk
Mata Roma, a atual mulher do presidente, era a assessora especial da
Presidência. O salário era de quase R$ 22 mil. O filho de Otton, Aran
Mata Roma, também quase R$ 22 mil.
Só
recebia mais que eles a irmã do presidente, Monica Mata Roma: R$ 23 mil
por mês para ser a supervisora sindical. A mãe dele, dona Aderita,
também recebia salário do sindicato. Para ser coordenadora de creche: R$
10 mil por mês.
Se
funcionários ganhavam tudo isso você deve estar se perguntando: e os
diretores? Todos tinham salários de R$ 50 mil a R$ 60 mil. E ainda havia
um cartão corporativo, desses que empresas grandes dão aos executivos
mais importantes. Os extratos mostram que as faturas, sempre pagas pelo
sindicato, chegavam a R$ 30 mil, R$ 35 mil em um único mês.
“Você tem ali um recurso para usar em prol do sindicato, em prol da categoria e nós verificamos através da auditoria feita que esse recurso do cartão corporativo era usado exclusivamente para atender interesses pessoais”, afirma o interventor José Carlos Nunes.
“Você tem ali um recurso para usar em prol do sindicato, em prol da categoria e nós verificamos através da auditoria feita que esse recurso do cartão corporativo era usado exclusivamente para atender interesses pessoais”, afirma o interventor José Carlos Nunes.
Uma
auditoria contratada pela Justiça investigou a contabilidade entre os
anos de 2009 e 2014 e descobriu um rombo de R$ 100 milhões. O valor
reúne as diferenças encontradas nas contas do sindicato, despesas
suspeitas com advogados, dívidas em impostos, juros e multas e outros
gastos.