O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez duros ataques ao PT
após o protesto que terminou em tumulto na última sexta-feira (10)
enquanto ele participava de uma audiência pública na Assembleia
Legislativa da Paraíba, em João Pessoa. Ao deixar o local sem ao menos
conseguir discursar, Cunha atribuiu ao PT a organização do ato e disse
que o PMDB não ia aceitar ser constrangido. "Quando eles vêm fazer
baderna, eles têm um objetivo político. O PT não vai constranger o PMDB
pelo País. O PMDB não vai aceitar ser constrangido pelo PT. Esse é o
recado que nós estamos dando", afirmou. Questionado sobre se essas
críticas teriam o aval do vice-presidente Michel Temer, que esta semana
assumiu a coordenação política do governo com a missão de pôr fim à
crise entre governo e PMDB, Cunha respondeu com uma ironia: "Vossa
Excelência pergunte isso a ele". O presidente da Câmara também criticou o
PT por defender o financiamento público de campanha, mas aceitar
doações privadas. Ele afirmou ainda que as pessoas deveriam ter
protestado e cobrado explicações quando o tesoureiro do PT, Cândido
Vaccari, prestava seu depoimento durante a CPI da Petrobras, na última
quinta-feira, 9. "Esses movimentos deveriam estar lá contestando e
cobrando a apuração da corrupção e não estar aqui tentando impedir o
debate da reforma política", disse. Cunha tem rodado o País para
discutir temas como a reforma política nos Estados. Por onde já passou,
foi recebido com protestos. No dia 27 de março, foi vaiado em São Paulo.
Dias depois, o mesmo aconteceu no Rio Grande do Sul.