O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deve confirmar aos investigadores da Operação Lava Jato que a empresa pagou propina ao ex-ministro José Dirceu. De acordo com a Veja, Avancini assinou, acompanhado de outro diretor, um contrato de consultoria com Dirceu, pelo qual o mensaleiro recebeu R$ 886.500 líquidos para prestar serviços vagos, como "fazer análise de aspectos sociológicos e políticos". A suspeita é que os desembolsos fossem, na verdade, recompensa pelo favorecimento à empreiteira em contratos fechados com o governo federal. Detalhar o pagamento a Dirceu
é uma das exigências impostas pelos negociadores do acordo de delação
premiada fechado com Avancini. Mentir ou omitir resulta na perda dos
benefícios. Os depoimentos do executivo devem começar nesta
quinta-feiras (5). José Dirceu é investigado em inquérito da Polícia
Federal desde o final do ano passado, não só por pagamentos feitos pela
Camargo Corrêa, mas também por outras empreiteiras do Clube do Bilhão,
confirmados pela quebra do sigilo fiscal do ex-ministro. Além da
consultoria ser considerada um disfarce para o suborno, a investigação
já tem indícios de que Dirceu recebeu pagamentos em espécie, de acordo
com a delação premiada do doleiro Alberto Youssef.