O piloto e copiloto do jato que transportava o ex-governador de
Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos,
não tinham formação adequada para guiar a aeronave. Essa foi a
avaliação feita por investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que analisam o acidente ocorrido
em agosto passado.
O episódio resultou na morte do presidenciável em agosto passado, e
vitimou outras seis pessoas -entre elas, o piloto, Marcos Martins, e o
copiloto.Chefe da investigação, o tenente-coronel aviador Raul de Souza
ponderou, nesta segunda-feira, que os profissionais atuavam
anteriormente em aeronaves semelhantes, mas precisavam de mais
treinamento para pilotar o jato em questão.
"Para o comandante transitar de uma aeronave para a outra, precisava
de um treinamento de diferença. Para o copiloto transitar de uma
aeronave para outra, precisava de um curso completo", disse Souza em
coletiva de imprensa.Ele argumentou ainda que a aeronave do acidente e
aquela guiada anteriormente pelo comandante "são de fabricantes e
modelos diferentes e precisam de adaptação para transitar entre um e
outro".
A queda da aeronave que provocou a morte do ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos, em agosto passado, não foi motivada por
falhas mecânicas ou colisões em voo, apontam dados coletados pelo
Cenipa.O órgão, no entanto, evitou apontar falhas humanas como
responsáveis exclusivas pelo acidente.
METEOROLOGIA
Não foram identificadores fatores ligados à meteorologia ou tráfego
aéreo que afetassem a segurança do voo, assim como problemas nos
motores. "Não existia nenhuma informação que restringia operação da
aeronave em Santos", afirmou Souza. As informações foram divulgadas
nesta segunda-feira em coletiva de imprensa.
A análise feita até aqui indicou não haver "anormalidades" em
sistemas da aeronave, como problemas hidráulicos ou no combustível. "Os
dados preliminares indicam que os motores funcionavam perfeitamente",
diz o Cenipa.
O órgão, no entanto, afirma que ainda não há uma avaliação definitiva
sobre as causas do acidente. "Não há ainda qualquer conclusão factível
em cima do que nós coletamos. E naturalmente nenhuma hipótese foi ainda
desenvolvida ou criada", disse o brigadeiro do ar Dilton José Schuck,
chefe do Cenipa.