Santuários eleitorais do Bolsa-Família
Nailde Maria, na Prefeitura e no Bolsa-Família
POTIRETAMA (CE)
– Poder paralelo nos grotões nordestinos, o programa Bolsa Família, que
fez da pequena Potiretama, no Sertão cearense do Jaguaribe, a 277 km de
Fortaleza, se projetar nacionalmente como a terceira maior votação
proporcional da presidente Dilma no País, é uma zorra total, parodiando o
programa global. Existem muitas distorções entre os 1.202
beneficiários, como servidores públicos concursados.
É
o caso da assistente de saúde Nailde Maria Gurgel, que trabalha numa
clínica de fisioterapia da Prefeitura, em frente da sua casa, no centro
da cidade. Procurada pela reportagem, ela revelou que recebe R$ 102,00
por ter dois filhos, um dos quais na escola, o que lhe garante o direito
da bolsa. “Sou concursada da Prefeitura, mas ganho pouco, meu marido
está desempregado e a gente precisa deste complemento”, afirmou.
Perguntada
se não estava irregular, Nailde disse que não sabia, mas informou que,
se fosse, na verdade, o caso, não seria a única. “Não vou entregar
ninguém, mas deve ter muito mais gente nessa situação”, afirmou,
referindo-se a cadastrados com renda superior ao exigido no município em
razão do valor da ajuda governamental ser baixa.
Nailde
é eleitora de Dilma, “a mãe dos pobres”, como define. Afirma que a
quase totalidade dos eleitores de Potiretama foram às urnas dar o aval
pela reeleição da presidente por ela representar a certeza de que os
menos favorecidos nos rincões nordestinos continuarão sendo amparados
pelo Governo. “Votei em Dilma pelo que ela fez e pode fazer ainda mais
pela nossa gente sofrida”, afirmou.