A mudança de humor teve
como marco inicial o episódio do fórum de empresários em Comandatuba,
onde Aécio irritou Campos e sua vice Marina ao insinuar que os dois
estariam ao lado dele em 2015. Os socialistas consideram que o
empresário João Dória, organizador do evento, armou uma situação para
beneficiar Aécio perante os empresários, dando ao tucano o dobro de
tempo que o recebido por Campos. A insatisfação ficou clara em um
desabafo que Campos fez recentemente a interlocutores considerando a
atitude de Aécio “uma deselegância sem tamanho”.
Olho em eleitor de Lula
Agora, Campos tem como
frente de ataque se diferenciar de Aécio ressaltando avanços dos
governos Lula e FHC e focando suas críticas apenas na presidente Dilma. O
propósito do afastamento de Aécio tem um objetivo maior: firmar a
imagem de terceira via, com projetos diferentes, para conquistar não
apenas tradicionais adversários do governo, mas parte dos 15 milhões de
votos de eleitores, segundo estimativas dos socialistas, que reconhecem
conquistas do governo Lula, mas que não são petistas. Campos considera
que, ao exaltar sua parceria com o ex-presidente, do qual foi ministro,
não terá como ser contaminado pelo voto antilulista. E minimiza o ataque
dos petistas que o chamam nas redes sociais de “traíra”, por ter
rompido com Dilma. Campos tem se dedicado intensamente a analisar
pesquisas feitas pelos marqueteiros Diego Brandy e Antônio Lavareda.
(De O Globo - Maria Lima)