O
pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, o ex-governador
pernambucano Eduardo Campos, disse não acreditar que a presença do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eventos partidários ao lado
da presidente e pré-candidata à reeleição Dilma Rousseff seja suficiente
para melhorar a imagem dela. De acordo com ele, que participou de
atividades e encontros em Paulo Afonso, no extremo-norte baiano, e em
Feira de Santana, o apoio de Lula a Dilma "foi fundamental" para a
eleição da presidente, em 2010, mas agora não vai exercer influência
sobre o eleitorado. "Na eleição de 2010, foi importante a mensagem de
que a candidata Dilma tinha o apoio do presidente Lula, essa mensagem
foi fundamental para a vitória dela, mas agora o que vai estar em
julgamento é o governo dela", avalia. "Por mais que Lula tenha
seguidores e prestígio, ele sabe que o que está em debate é a realização
do governo dela e o que acontece é que Dilma não entregou o que ela se
comprometeu a entregar. Ela foi candidata prometendo melhorar o Brasil e
o fato é que o País, com ela, parou de melhorar e começou a piorar. Só
se reelege um governo que tenha entregado os compromissos, ele precisa
ter realizado, se não tudo, pelo menos uma parte de seus compromissos",
declarou. Para Campos, além de não ter feito uma boa administração,
Dilma "perdeu uma oportunidade" de corrigir os rumos do governo depois
das manifestações populares de junho do ano passado. "O Brasil deu uma
oportunidade para a presidente Dilma na eleição e depois mandou um
recado, em junho, quando foi às ruas", disse. "Mais uma vez, ela jogou a
oportunidade fora. Ela podia, ali, ter diminuído o número de
ministérios, chamado gente séria e competente para conduzir o Brasil, e
ela fez tudo ao contrário. Ela se entregou à velha política", criticou.
Sobre as manifestações, o presidenciável do PSB diz que a própria Copa
do Mundo acabou contaminada pela insatisfação popular. "A gente esperava
que o legado ficasse para o povo brasileiro em investimentos
estruturadores, de mobilidade, da melhoria da qualidade de vida nas
cidades, e a população percebe que as mudanças que reclamava em diversas
áreas do serviço público não chegaram", afirmou. "A Copa do Mundo está
pagando o preço de não ter havido as mudanças que a sociedade esperava
que ocorressem em outros aspectos. A economia parou de crescer no ritmo
que vinha, as pessoas passaram a pagar juros mais altos, os serviços de
saúde e educação foram perdendo qualidade, a segurança piorou. Esse
ambiente fez com que a sociedade brasileira ligasse esse Brasil que
começou a piorar com o evento da Copa do Mundo", ponderou.