Vou dar uma
de advogado do PMDB. Não que o partido precise de defensores, mas é
incrível como virou a geni da política brasileira. Tem lá sua --enorme--
culpa no cartório, mas, hoje, em nada difere de outras siglas no país.
Vejamos o
caso atual, da guerra entre a presidente Dilma Rousseff e o PMDB,
principalmente o da Câmara. A tensão entre os dois lados chegou a tal
que ponto que a petista, num desabafo, chegou a dizer que preferia
perder a eleição a se sujeitar às chantagens peemedebistas.
Puro
desabafo. Tanto que, dias depois, a presidente tratou de negociar com o
mesmo partido que diz não suportar mais. E por que diz não suportar?
Porque o PMDB tem uma sede insaciável por cargos e verbas.
Fama para tal
os peemedebistas têm de sobra. Só que, hoje, eles se contentam com bem
menos do que os petistas. Partido no poder, o PT controla nada menos que
17 ministérios. Já o velho PMDB fisiológico controla somente cinco.
Sinceramente,
eu diria que, hoje, o PMDB parece viver de 'migalhas' distribuídas pela
presidente Dilma, além de sofrer nas mãos da dona do Planalto, que
trata o seu maior aliado com um certo desprezo.
Estivesse eu
na posição do PMDB, não ficaria aguardando a presidente sair do mero
desabafo. Romperia antes com um aliado que só me trata tão mal.
Primeiro, por amor próprio. Segundo, porque ficar sempre no papel de
coadjuvante dá nisso, em aliado de segunda categoria.
Só que, como
sempre, o PMDB vai ficar agarrado ao governo de plantão. Insultado
publicamente, deixa a entender que as migalhas, das quais tanto reclama,
são de grande serventia para sua sobrevivência. Delas não quer e não
vai abrir mão.
Por fim, é
incrível como o PT de Dilma Rousseff, pós-mensalão, ainda se acha acima
do bem e do mal. Monta um governo de coalizão, exige fidelidade de seus
aliados, mas faz uma distribuição totalmente desigual do condomínio do
poder.