Em
sessão conjunta de deputados e senadores, o Congresso se reúne na noite
desta terça-feira para examinar vetos que Dilma Rousseff apôs a 12 projetos
de lei. A principal encrenca da noite consta do primeiro item da pauta.
Envolve a proposta que estabelece regras para a criação de novos
municípios. Invocando razões fiscais, Dilma vetou o projeto de cabo a
rabo. Os parlamentares tramam derrubar o veto. Para evitar uma nova
derrota no Legislativo, o Planalto abriu negociações.
Em troca da
preservação do veto, Dilma aceitou patrocinar uma proposta alternativa. O
texto original facilitava a criação de municípios no país inteiro.
Líder do
governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) foi incumbido de atrair os
colegas para a nova fórmula. Ele terá até as 19h para seduzir
os partidos. Basta que o governo convença uma das Casas legislativas
para livrar-se de um novo vexame. Prioriza-se o Senado porque a análise
do veto começa pelos senadores. Atraindo-os, o Planalto se livra dos
maus humores da Câmara.
DILMA AMEAÇA RETALIAR
Na noite
passada, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha, aquele que Dilma
prometera “isolar”, foi chamado para uma reunião. Coisa agendada na
semana passada.
Cunha foi
recebido no gabinete do vice-presidente Michel Temer, que fica num
edifício anexo, não no prédio principal do Planalto. Participaram dois
ministros: José Eduardo Cardozo (Justiça) e uma esvaziada Ideli Salvatti
(Relações Institucionais). Nada de Dilma. Principal operador político
do governo, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) também não deu as
caras. O encontro terminou sem acordo. Dilma cogita ir à sorte dos
votos mesmo sem o PMDB. E fala em retaliação.