Com a popularidade em queda livre e ameaças surgindo dentro da própria
base aliada, a presidente Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira
que o plebiscito sobre reforma política, que ela irá sugerir à Câmara e
ao Senado nesta terça, 2, tratará de questões referentes a financiamento
de campanha e ao padrão de voto vigente.
Dilma, no entanto, destacou que outros temas poderão ser incorporados
e não deu garantia do prazo para a realização do plebiscito - questão
que, segundo ela, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir.
Questionada sobre quais questões entrarão no plebiscito, Dilma
respondeu: "Basicamente - não é que essas serão as únicas sugestões - (o
plebiscito) diz respeito ao financiamento das campanhas e ao padrão
eleitoral, melhor dizendo, padrão de voto vigente, distrital, misto, a
esse tipo de questão."
De acordo com a presidente, o Palácio do Planalto não vai dar
sugestão de perguntas, porque "não somos nós que fazemos as perguntas.
As perguntas ficam entre o Senado e a Câmara de um lado e o próprio
Tribunal Superior Eleitoral de outro, que formata as perguntas".
"Amanhã enviamos nossa sugestão no sentido de um plebiscito,
apontando em linhas gerais as balizas que julgamos as mais importantes.
Isso não significa que outras balizas e outros nortes não poderão
aparecer", disse Dilma, que convocou uma rara coletiva de imprensa para
falar com jornalistas.
De acordo com Dilma, também nesta terça o TSE deverá responder sobre o
prazo para a realização do plebiscito. "Não temos como definir isso (o
prazo), depende do prazo que der o TSE e do Senado e da Câmara, é uma
pergunta que está prejudicada no sentido de que eu não tenho
governabilidade sobre essa questão", disse.
Criticada por partidos da oposição e por lideranças da própria base
por optar por um plebiscito, e não um referendo, Dilma saiu em defesa da
forma escolhida para a consulta popular. "É importante ouvir uma
questão que é a busca não só de um governo voltado pro povo, mas um
governo que quer que o povo participe, enseja a participação popular,
daí por que a proposta de consulta popular tem um sentido de transferir
para a população o direito de ser consultada. O povo deve ser
consultado", afirmou.