A festa acabou para o presidente da Fifa Joseph Blatter no Brasil.
Pelo menos esta é a opinião explícita pelo site britânico The
Independent, em um artigo escrito pelo jornalista Michael Calvin.
'Quando o Brasil passa a odiar a Copa do Mundo e seu povo aponta Pelé
como um traidor, o futebol perde sua relevância e razão', diz a coluna
logo em seu início, ainda salientando que o 'futebol internacional pode
nunca mais ser o mesmo'.
Na
visão do jornalista, a retórica 'vazia' disparada por nobres como
Blatter é completamente rejeitada por quem sonha com escolas e hospitais
ao invés de pão e circo. Ao mesmo tempo, as imagens violentas flagradas
durante os protestos também
são lembradas, com 'manifestantes em meio a chamas enquanto a polícia
disparava balas de borracha e gases para reprimir as demonstrações'.
PARASITAS DE TERNO
Além dos impactos imediatos para a Copa das Confederações,
o diário opina que já há um constrangimento sensível em relação à Copa
do Mundo de 2014 e à Olimpíada de 2016. Michael Calvin afirma que as manifestações aterrorizam
os 'parasitas de terno que subjugam o esporte aos seus próprios
interesses', enquanto patrocinadores e executivos de TV percebem a
gravidade da situação.
O
artigo vai além e ironiza que, com protestos em meio a grandes eventos,
instituições como Fifa e COI podem escolher como sedes futuras regimes
antidemocráticos, como a Coreia do Norte. O baixo legado à África do Sul
em 2010 - enquanto a Fifa lucrou cerca de R$ 5 bilhões - é lembrada
pelo periódico britânico como um belo exemplo de como atua a instituição
que regula o futebol mundial.
PELÉ EM QUEDA
De
longe, o presidente da Fifa é o mais atacado pelo jornalista. Blatter é
chamado de um 'presidente desacreditado de uma entidade desacreditada'.
O teor de insatisfação do maior dirigente do futebol mundial contra os
manifestantes no Brasil também é duramente criticado.
Por
fim, a coluna analisa o poder limitado de um ídolo, ressaltando que
Pelé sofreu grande queda de popularidade após se declarar contrário às
manifestações. Por outro lado, posturas de jogadores como David Luiz,
Daniel Alves, Hulk, Fred e Neymar mostra que futebolistas estão cada vez
mais politizados, para a publicação.(Do portal Terra)