sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dilma tenta asfixiar Aécio e Eduardo na televisão





Além de biografia e de ideias, um político que queira disputar a Presidência da República com mínimas chances precisa incluir na equipagem duas coisas: oferendas para o custeio do marqueteiro e tempo de tevê para exibir a marquetagem. Ciente disso, Dilma Rousseff (PT) faz o diabo para filiar os seus antagonistas no MST, o Movimento dos Sem Televisão.

A presidente está perto de estragar a largada de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Num esforço para ampliar suas vitrines eletrônicas, ambos tentam seduzir pequenas e médias legendas que gravitam na órbita do Palácio do Planalto. Porém, manuseando verbas e cargos, Dilma revela-se mais sedutora.

Num intervalo de dois meses, ela passou pomada nas feridas do PDT (44s no rádio e na tevê), fez cafuné  no PR (1min10s), digeriu um supersapo do PSD (1min39s), e empurrou uma vice-presidência do Banco do Brasil no colo do PTB (38s). Fez tudo isso para tentar evitar que Aécio e Eduardo invadam o condomínio governista.

Em 2010, o PTB de Roberto Jerfferson fechara com o tucano José Serra. Nas últimas semanas, o partido fazia jogo duplo. Licenciado da presidência, Jefferson negociava com Eduardo Campos. Presidente interino, o baiano Benito Gama pedia um ministério a Dilma.

O PTB não chegou a obter a poltrona na Esplanada, mas acaba de levar coisa parecida. Benito está na bica de virar vice-presidente de governo do Banco do Brasil. Somada à promessa de um ministério no futuro próximo, a sinecura fez o PTB levar um pé à canoa reeleitoral de Dilma.

Antes, Dilma havia convertido em ministro um desafeto: Guilherme ‘Ela Nunca Pilotou Nem Teco-teco’ Domingos (PSD). Ela também acertara com o ex-faxinado Alfredo Nascimento a volta do PR aos Transportes. E devolvera à turma do ex-varrido Carlos Lupi o Ministério do Trabalho.

Reunida ontem (7), a Executiva do PSD celebrou a marca de 14 diretórios estaduais pró-Dilma. A contagem prossegue. No PDT, após reunir-se várias vezes com Eduardo e Aécio, Lupi já diz, em privado, que a entrega do tempo de propaganda do partido a Dilma é, hoje, a hipótese mais provável. O PR joga contra o PT em vários Estados. Mas continua atado a Dilma no plano federal.

Se depender da vontade de Dilma, Eduardo Campos desiste da candidatura por falta de oxigênio. E Aécio Neves vai à briga com menos de 4 minutos. Um tempo de MST, se comparado com os seus mais de 12 minutos. Aos pouquinhos, vai ficando claro que Dilma falava sério quando disse que, em tempo de urnas, “podemos fazer o diabo.”