Não
é só o tomate, que subiu até 300% em algumas regiões, mas outros
produtos como a farinha, mais cara do que o feijão, que assusta o
Governo e põe um alerta a reeleição da presidente Dilma. Farinha de
trigo, óleo e arroz, também componentes da cesta básica, dispararam.
A
volta da inflação é o único componente que estressa o Planalto. O
jornal Financial Times e outras mídias internacionais já alertaram para
os estragos que a retomada do processo inflacionário pode provocar ao
projeto do PT de se manter por 20 anos no poder.
A
economia é, bem distante, o fator mais preponderante numa eleição.
Quando vai bem, dificilmente o presidente ou o seu candidato perdem. Mas
quando descampa, a oposição respira e abre um horizonte para retomada
do poder.
Por
isso mesmo, a equipe econômica deve, a esta altura, estar sofrendo uma
forte pressão da presidente, que sabe que a perda do controle da
inflação é o mesmo que cavar a sua sepultura. Por ironia, os produtos da
cesta básica tiveram seus preços pipocados depois que o Governo deu
isenção a todos eles.
O
que aconteceu, então? Trela dos produtores e dos grandes atacadistas?
Os índices inflacionários na prática nunca bateram com a realidade. Quem
vai ao supermercado sempre sai com a sensação, semana após semana, que a
conta ficou muito mais salgada.
Esse
suposto controle dos preços é uma grande embromação e os consumidores
brasileiros já perceberam que a onda inflacionária está se vestindo de
dragão.