VATICANO - O advogado alemão Ernst von Freyberg foi noemado nesta
sexta-feira(15) para presidir o Banco do Vaticano, preenchendo um lugar
deixado vago desde maio, quando o chefe anterior foi deposto por seu
conselho. Esta deve ser a última nomeação feita por Joseph Ratzinger
antes de deixar o cargo, em 28 de fevereiro.
O Vaticano vem
tentando acabar com uma má reputação do banco, criticado pela falta de
transparência financeira. Conhecido oficialmente como Instituto para
Obras Religiosas (IOR), a história da instituição tem sido marcada por
escândalos.
Em comunicado, o Vaticano disse que Freyberg traz “uma
vasta experiência em assuntos financeiros e no processo de
regulamentação”.
O nome de Freyberg já vinha sendo ventilado, mas
ele não era um dos favoritos. O jornal “Corriere della Sera” havia
apostado no belga Bernard De Corte. Já o “Il Sole 24 Ore” afirmava que a
disputa envolveria três candidatos: Freyberg, o italiano Antonio Maria
Marocco e De Corte, sendo este último o favorito.
O Papa Bento
XVI, que anunciou sua renúncia na segunda-feira, vinha acelerando o
debate para indicar o banqueiro. O timing da indicação suscitou críticas
na imprensa italiana sobre as motivações do Pontífice, cujo processo de
seleção sofreu repetidos adiamentos. Os críticos não compreenderam o
motivo da urgência, uma vez que o próprio Papa deixou a vaga aberta por
um longo período.
Uma das hipóteses levantadas em veículos
especializados na cobertura da Igreja Católica é a de que Bento XVI
queira consolidar o papel de reformista dos órgãos financeiros da
Igreja.