Há
pouco mais de um mês no cargo, o prefeito de Lagoa Grande (PE), Dhoni
Amorim (PSB), já enfrenta o primeiro ‘pepino’ de sua administração.
Ainda repercute na cidade, após denúncias
divulgadas por toda a imprensa regional, a entrevista coletiva
concedida pelos secretários Robson Amorim (Governo) e Daniel Torres
(Educação) sobre o desvio de R$ 1,2 milhão que dizem ter encontrado da
gestão passada.
Segundo ambos, o dinheiro oriundo do
Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Básico (Fundeb) foi
utilizado para outros fins e deveria ter servido para pagar oito ônibus
escolares adquiridos pela ex-prefeita Rose Garziera (PR) e equipamentos
como condicionadores de ar.
O secretário Robson Amorim, pai de Dhoni,
disse que solicitará do prefeito uma auditoria. Ele também informou que
levará o caso ao Ministério Público Federal (MPF), e não poupou
críticas à Rose, lembrando que na época em que foi prefeito (sucedendo o
marido dela, Jorge Garziera), enfrentou o mesmo problema.
No documento apresentado durante a
coletiva, Ele disse que esse desvio teria acontecido justamente no
período de campanha eleitoral, no ano passado, quando Rose tentava a
reeleição, e acusou o casal Garziera de “rapinar” o dinheiro público.
Nota
Numa nota enviada à imprensa por sua assessoria, a ex-prefeita rebate veementemente as denúncias e acusa a atual gestão de “incompetência administrativa”.
Abaixo, segue a nota:
Em resposta às acusações feitas pelo
atual governo de Lagoa Grande contra a administração da ex-prefeita Rose
Garziera (PR), de desvio de mais de R$ 1 milhão da Prefeitura, vale
destacar os seguintes pontos:
1 – Em primeiro lugar, não houve
apropriação indevida de recursos nem da Prefeitura nem do Fundeb, nem de
nenhum recurso destinado a Educação do município, como afirma a gestão
atual. Muito menos a ex-prefeita ficou com recurso algum da Prefeitura. O
que houve é que a administração anterior enfrentou enormes dificuldades
com a queda considerável das receitas municipais, especialmente no
segundo semestre do ano de 2012.
2 – Devido a essa queda, a
administração Rose Garziera teve que utilizar o recurso para aquisição
de novos ônibus escolares e pagar despesas também oriundas da secretaria
municipal de Educação, como os contratos de carros locados utilizados
no transporte escolar do município que estava em atraso, e cobrir a
folha de pagamento dos servidores da referida secretaria.
3 – Vale lembrar que a ex-prefeita
estava sempre cobrindo, com recursos próprios da Prefeitura, despesas da
Educação, pois o repasse do Fundeb não cobria tudo que se tinha que
pagar da pasta. Esse valor era em média de R$ 200 mil/mês.
4 – Essas despesas ficaram ainda
maiores quando a prefeita Rose Garziera teve vontade política e foi a
primeira gestora municipal da região a bancar a implantação do Piso
Nacional do professor no começo de 2010, pagando inclusive retroativo a
data de criação do piso. Vale ressaltar que tal iniciativa não se
configurou em aumento do repasse federal para o município, na mesma
proporção das despesas assumidas, no caso do piso nacional,
principalmente com relação ao exercício de 2011 para 2012. O fato é que a
ex-prefeita Rose Garziera, quando implantou o piso nacional, honrou um
compromisso que havia assumido com os professores e demonstrou na
prática a sua vontade e responsabilidade com a educação de Lagoa Grade.
5 – O que o governo Dhoni Amorim quer
na verdade, quando vem a público com esta denúncia, é encobrir a sua
incompetência administrativa, fato que já é de conhecimento dos
lagoagrandenses quando o atual grupo está no poder. Na verdade o governo
atual de Lagoa Grande quer se utilizar de factoides para desviar o real
motivo de tais declarações, que é encobrir os atrasos de salários dos
fundiários municipais, que ainda não receberam seus vencimentos de
janeiro;
6 – Mais uma vez que fique claro para
a população de Lagoa Grande que a ex-prefeita Rose Garziera não se
apropriou de tais recursos. Todo o valor foi utilizado em beneficio da
educação municipal.