A Justiça Federal em São Paulo concedeu, liminarmente, habeas corpus ao
ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo
Rodrigues Vieira e ao ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) Rubens Carlos Vieira, acusados de chefiarem o esquema criminoso
infiltrado em órgãos federais para favorecer interesses privados na
tramitação de processos, descoberto pela Operação Porto Seguro, da
Polícia Federal (PF). Com a decisão do desembargador Nelton dos Santos,
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, os irmãos Vieira serão
soltos. O desembargador, no entanto, determinou que ambos se apresentem
ao juiz a cada 15 dias. Eles também estão proibidos de sair do país.
Paulo está preso no 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar, em São
Paulo, e Rubens, no presídio da Papuda, em Brasília, desde a última
sexta-feira (23). Na última terça (27), a procuradora da República
Suzana Fairbanks, que coordenou a investigação no Ministério Público
Federal (MPF) em São Paulo em conjunto com a Polícia Federal, apresentou
parecer contra a revogação da prisão preventiva dos irmãos. “A
documentação dos autos é muito característica. Eles não param de cometer
crimes. A polícia usa essa expressão quando pede, no relatório final,
as prisões. O fundamento é que eles simplesmente não param de cometer
crimes. É o tempo inteiro, é o modus operandi deles, está na vida deles.
Eles só fazem isso, o tempo inteiro”, disse a procuradora. O terceiro
irmão, Marcelo Vieira, só entrou nesta sexta (30) com o pedido de habeas
corpus, e ainda não obteve resposta. Ele está no Centro de Detenção
Provisória de Pinheiros, em São Paulo.