Na
verdadeira “guerra” não declarada entre a Polícia Militar de São Paulo e
os traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), pelo menos 139
pessoas já morreram do último dia 24 de outubro até sexta (9). O
levantamento foi feito pelo Estadão. O número de óbitos inclui policiais
e civis. E uma das vítimas, nessa lista, é da cidade de Santa Maria da
Boa Vista (PE), no Sertão do São Francisco.
Jefferson de Oliveira, 27 anos (foto),
foi assassinado na noite de ontem pelo PM Edcarlos Oliveira, que o
confundiu com um criminoso. O fato aconteceu na esquina da Rua Gaia com a
avenida Arquiteto Vilanova Artigas, na região de São Mateus, zona leste
da capital paulistana. Ele era dono de uma empresa de polimento de
peças de metal e estava acompanhado por um funcionário, Renato da Silva
Ferraz, 22, que todos os dias pegava carona com ele. Os dois voltavam da
empresa, que fica a um quilômetro do ponto onde ocorreu a tragédia.
Segundo relatos de uma testemunha que
passava pelo local, um Fiat Fiorino dirigido por Jefferson teria
avançado o sinal vermelho e de repente parou, interrompendo parcialmente
a passagem do veículo conduzido pelo soldado.
Pensando que ia ser atacado, o policial
conseguiu desviar, passou pelo Fiat, mas retornou e sacou uma pistola,
atirando contra Jefferson e Renato. Os dois foram encaminhados para o
pronto-socorro Sapopemba, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
Versão
Após atirar, o policial deixou o local
em seu veículo e, de outro endereço, ligou para os colegas informando
que havia acabado de atirar contra dois homens que teriam fechado seu
carro para tentar assaltá-lo ou matá-lo. No local dos tiros, nenhuma das
cápsulas da pistola calibre ponto 40, da PM, utilizada pelo policial,
foi encontrada.
Aos colegas de farda que foram até o
local de onde o policial ligou, Edcarlos mostrou uma arma, de brinquedo.
Segundo o soldado, ela estava em poder de uma das vítimas, que a teria
apontado contra o policial no momento em que ele passou ao lado do Fiat.
O soldado PM foi preso em flagrante. Ele está há 14 anos na corporação e
atua na região da Penha, também na zona leste. No momento do episódio
ele estava com a esposa e o filho de um ano e meio. (Fonte/foto: O
Boavistano)