Ao fazer um balanço das eleições de domingo, o governador Jaques Wagner (PT) exaltou o desempenho
geral de seu partido, líder em número de votos para prefeitos no
Brasil, mas bateu de frente com os colegas de Pernambuco, cuja capital
deixará de ser comandada pelo PT depois de 12 anos.
“Em Recife,
o PT acabou com o PT. Foi um rol de trapalhadas”, afirmou Wagner, sobre
o conflito que resultou na divisão da legenda, no rompimento da aliança
com o PSB e no fim da hegemonia local. O senador Humberto Costa acabou
saindo candidato após impasse entre o atual prefeito, João da Costa, e o
ex-secretário estadual Maurício Rands, que chegaram a disputar prévias
partidárias, mas cujo resultado foi contestado na Justiça.
Costa acabou em terceiro lugar, com 17%
dos votos. Geraldo Julio (PSB), apadrinhado pelo governador pernambucano
Eduardo Campos, venceu a eleição de Recife no primeiro turno com 51%
dos votos. O governador baiano se disse contrário às prévias, “desta
maneira, em qualquer lugar”, e afirmou que “já viu muito prefeito com
alta rejeição” conseguir driblar isso e obter a reeleição ao final da
campanha.
Jaques Wagner, porém, esqueceu de
comentar o que o seu grupo fizera em Juazeiro, onde determinou que se
cancelassem as convenções realizadas , impedindo a candidatura de
Joseph Bandeira(PT), para garantir que o PCdoB apoiasse a candidatura de
Pelegrino em Salvador.
Caso a estratégia
do grupo petista ligado a Wagner tivesse dado errada em Juazeiro,
certamente o governador baiano não estivesse tão à vontade para criticar
os ‘companheiros’ pernambucanos pela lambança feita com João da Costa.